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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

ANÁLISE DOS AJUSTES VENTILATÓRIOS EM PACIENTES DE ALTO RISCO CARDIOVASCULAR SOB VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA

Giulliano Gardenghi, Erika Letícia Gomes Nunes
Hospital de Urgências de Goiás - Goiânia - GO - Brasil, Hospital ENCORE - Aparecida de Goiânia - GO - Brasil, Hospital e Maternidade São Cristóvão - São Paulo - SP - Brasil

Introdução: Pacientes com hipertensão arterial, dislipidemias, aterosclerose, obesidade, diabetes e afins, estão sujeitos a piores desfechos quando submetidos à ventilação mecânica (VM). A agressão pulmonar se baseia em fenômenos de hiperdistensão e colabamento alveolar crônicos, causados pela adoção de parâmetros inadequados, como volume corrente (VC), frequência respiratória (FR), driving pressure (Delta P), mechanical power (MP), altas frações inspiradas de oxigênio (FiO2), altos valores de saturação periférica de oxigênio (SpO2) e outros. Objetivos: Avaliar os ajustes ventilatórios durante a VM e comparar os valores obtidos com os valores considerados seguros na literatura. Material e Métodos: Estudo transversal, quantitativo e analítico de indivíduos com alto risco cardiovascular, internados em UTI, submetidos a VM. Os parâmetros ventilatórios coletados foram pressões inspiratórias (pico e platô), pressão positiva ao final da expiração (PEEP), FiO2, FR, VC, complacência pulmonar estática (CEst), DP e MP. A análise estatística utilizou Teste T de Student (significância em 5%). Dados apresentados como média±desvio padrão. Resultados: 99 indivíduos (idade: 55,7±18,7 anos; altura: 1,72±0,08 metros; peso predito para a VM: 66,2±8,5 Kg; 71% masculinos) foram estudados. Em relação à oximetria, registramos 64,6% acima de 95%, o que se associa à hiperóxia e 3,0% abaixo de 88%, o que se associa à hipóxia. A FiO2 encontrada era de 36±20%. O modo ventilatório utilizado predominante foi Pressão Controlada (79%). Em relação às variáveis relacionadas à agressão pulmonar, 8,1% dos valores de DP se encontravam altos (superior a 15cmH2O). A DP encontrada foi de 10,4±3,2 cmH2O. O MP, em 21,2% dos pacientes, estava acima de 17J/min, o que se associa à lesão pulmonar induzida pela VM (LPIVM). A CEst foi de 19,4±5,3 ml/cmH2O. Os valores de PEEP utilizados eram de 7,6±1,5 cmH2O. A FR encontrada no VM foi de 21,2±3,6 rpm. Os valores de VC não apresentaram diferença significante quando comparados ao VC predito de 6 ml/Kg (VC encontrado: 400,7±83,7 ml versus VC predito: 397,2±51,3 ml, p:0,68). O tempo de internação nas UTI foi de 17,9±13,8 dias. O tempo de VM foi de 15,6±11,5 dias. A mortalidade observada na amostra foi de 63,8%. Conclusão: Em pacientes de alto risco cardiovascular e baixa CEst sob VM, em algumas situações os parâmetros ventilatórios estavam ajustados de maneira não protetora de acordo com a literatura científica, o que se relaciona diretamente a LPIVM. Tais achados podem estar associados com maior morbidade e mortalidade na população estudada.

 
 
 

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