Introdução: A fraqueza muscular adquirida no pós-operatório (PO) de cirurgias cardíacas (CC) relaciona-se a maior morbidade e mortalidade. Investigar o comportamento da geração de força pelo dinamômetro de preensão palmar pode ajudar a compreender as repercussões da CC sobre a capacidade funcional do indivíduo, em seu PO. Objetivo: Comparar os valores de dinamometria de preensão palmar obtidos no PO de CC em relação aos valores pré-operatórios. Métodos: Indivíduos no PO de CC (revascularização do miocárdio e/ou trocas de válvula mitral e/ou aórtica) com circulação extracorpórea (CEC) foram avaliados em 3 momentos. Pré-operatório (PRÉ), 1º PO e alta hospitalar (ALTA). A avaliação da força muscular foi realizada pelo dinamômetro de preensão palmar (SAEHAN - SH 5002®). Para avaliação da preensão palmar os participantes estavam sentados, com a coluna ereta, ombro posicionado em adução e rotação neutra, cotovelo fletido a 90°, antebraço em meia pronação e punho na posição neutra. Foram submetidos a 3 tentativas de contração voluntária máxima no membro superior dominante, com intervalo de 2 minutos entre elas. Todos os indivíduos foram submetidos a duas sessões de fisioterapia/dia na UTI e uma sessão/dia na enfermaria durante sua internação. O time da Fisioterapia sempre buscava a realização de exercícios ativos contra resistência e progressão de postura/marcha/tempo de ergômetro durante as sessões. Os dados são apresentados como média e desvio padrão. A análise estatística usou ANOVA de um caminho e assumiu-se a significância em 5%. Resultados: 47 indivíduos (id: 61±12 anos; IMC: 27±4 Kg/m2; 55,3% masculinos, tempo de CEC: 101±22 minutos, internação: 11±12 dias) foram avaliados. Houve queda significante dos valores de dinamometria no PO de CC (PRÉ: 30,5±11,5 Kgf/cm2 versus 1º PO: 23,7±11,3 Kgf/cm2, p:0,05). No dia da ALTA os valores foram de 26,2±9,6 Kgf/cm2 (ALTA versus PRÉ, p: 0,05) (ALTA versus 1º PO, p:0,43). Conclusão: Houve queda nos valores de preensão palmar obtidos tanto no 1º PO quanto na ALTA hospitalar, a despeito das sessões de Fisioterapia realizadas, em relação aos valores obtidos no PRÉ. A equipe de reabilitação cardiovascular deve buscar estratégias para minimizar tal perda.