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Pressão arterial em pessoas vivendo com o vírus da imunodeficiência humana durante 60 meses do início do tratamento: estudo de coorte

Christefany Régia Braz Costa, Beatriz Rodrigues Gusmão, Diane Fernandes dos Santos, Marcela Antonini, Willams Henrique da Costa Maynart, Elizabete Melo Montanari Fedocci, Maria Mariana Barros Melo da Silveira, Elucir Gir, Renata Karina Reis
EERP - Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto - Ribeirão Preto - SP - BRASIL

Introdução: O uso prolongado da terapia antirretroviral (TARV) em pessoas vivendo com o vírus da imunodeficiência humana (PVIHV) favoreceu a modificações no padrão de funcionamento celular e a exposição aos fatores relacionados ao envelhecimento, passando a coexistir alterações pressóricas em PVHIV. Estudos demonstram que a prevalência de Hipertensão Arterial (HA) é maior em adultos infectados pelo vírus quando comparados aos não infectados, sendo considerado importante determinante da sobrevida em longo prazo nessa população. Nesse contexto, o estudo objetivou identificar alterações da pressão arterial (PA) em PVHIV durante 60 meses do início do tratamento. Métodos: estudo de coorte realizado por meio de prontuários de PVHIV acompanhadas em um serviço de atendimento especializado na região nordeste do Brasil. A coleta foi realizada de março a dezembro de 2021. Foram incluídos prontuários de PVHIV, ambos os sexos, maior de 18 anos, cadastrados no serviço e que tivessem iniciado o uso da TARV entre 01 de janeiro de 2014 a 30 de março de 2015, assim utilizou-se o registro de 60 meses do início da TARV. Foram excluídos prontuários de mulheres que engravidaram no período designado; ou que iniciaram a TARV ainda gestantes; indivíduos em situações de confinamento e/ou reclusos; prontuários com menos de três registros de PA; pacientes que foram transferidos para outros serviços e os que foram a óbito. Houve aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa. Utilizou-se instrumento semiestruturado, cujo original foi validado. Realizou-se teste McNemar e T de Student, com nível de significância de 95%. Resultados: Uma amostra não probabilística foi formada por 123 PVHIV em uso de TARV.  Houve predomínio do sexo masculino (60,2%), pardos (69,9%) e faixa etária entre 40-49 anos (30,1%), seguida de 50-59 anos (29,3%). Quanto à escolaridade, 55,4% possuíam menos de oitos anos de estudo. As variações na PA foram encontradas ao longo dos 24 meses (2º ano) (p=0,025) e 48 meses (4º ano) (p=0,004). Também se identificou um aumento do uso de anti-hipertensivos e um elevado número de prontuários com ausência de registros da medida PA antes do início da terapia antirretroviral. Conclusão: Foi identificado alteração de PA em PVHIV a partir do segundo ano do uso da TARV, e nos meses subsequentes, sinalizando para o aumento da propensão a HA, bem como suas complicações. Considerando a complexidade das condições/doenças crônicas, a mudança dos hábitos de vida e identificação precoce de outros fatores de risco deve ser o foco das ações voltadas às PVHIV.

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