Introdução: A reabilitação cardiovascular (RCV) baseada em exercícios é segura, eficaz e promove a melhora da capacidade funcional e qualidade de vida a pessoas com doença cardiovascular.Alguns contextos podem interferir na participação dos pacientes nos programas de RCV, o que levaram à busca de alternativas como uso de novas tecnologias como recursos auxiliares para aumentar a adesão, satisfação com programas e taxas de participação. Objetivo: Avaliar a usabilidade do sistema de realidade virtual (RV) associado ao exercício em cicloergômetro e satisfação à atividade em pacientes com insuficiência cardíaca (IC) hospitalizados. Métodos: Trata-se de um estudo transversal realizado em um hospital público de São Paulo. Foram incluídos pacientes com diagnóstico clínico de IC internados por descompensação. Após avaliação clínica e aplicação da Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HADS), osparticipantes realizaram atividade com cicloergômetro portátil de membros inferiores, sem carga, com velocidade confortável, pelo máximo de tempo tolerado utilizando sistema de RV (Oculus Quest®) em um ambiente escolhido no aplicativo VZFit. Após a intervenção, os participantes responderam a System Usability Scale (SUS) para avaliação de usabilidade do sistema e a Escala de Satisfação ao Exercício (PACES). Análise estatística: Utilizou-se o software SPPS Statistics versão 28.0, os dados serão apresentados em média e desvio padrão. Resultados: Participaram 10 indivíduos (4 mulheres e 6 homens) com média de idade de 55±11 anos e tempo de internação de 25,1±18,7 dias. A média de fração de ejeção de ventrículo esquerdo foi de 27,8±9,47. Na escala HADS, a pontuação para ansiedade foi 7,4±4,3 e para depressão 4,9±3,4 com ponto de corte de 8 pontos para cada subescala. Na avaliação da usabilidade do sistema a pontuação média foi de 68,2 ±17,8 pontos, utilizando a correspondência entre os scores médios do SUS e a classificação adjetiva, podemos classificar a usabilidade do sistema entre “OK” e “excelente”. A atividade foi vista como satisfatória pelos participantes com média de pontos de 69,6±15,6. Conclusão: os pacientes com IC hospitalizados demonstraram usabilidade da RV e satisfação ao exercício, mostrando que a RV tem potencial para ser uma abordagem complementar na RCV baseada em exercícios para essa população.
