Introdução: Embora um clínico experiente possa prever o resultado provável de tentar desmamar o paciente da ventilação mecânica, é desejável ter índices preditivos que possam ser facilmente medidos e amplamente aplicados. Neste cenário existe a necessidade de compreender se a força muscular periférica pode ser preditora após cirurgia cardíaca. Objetivo: Avaliar o impacto da força muscular periférica sobre o sucesso de extubação após cirurgia cardíaca. Métodos: Trata-se de um estudo do tipo de coorte prospectivo. Foi realizada avaliação da força muscular ventilatória, periférica (MRC) e índice de respiração rápida e superficial (IRRS) com 30 e 10 minutos durante o Teste de Respiração Espontânea (TRE). Os pacientes foram extubados e acompanhados por 48 horas para verificação do sucesso ou falha da extubação e comparação das variáveis coletadas no pré-operatório. Resultados: Foram avaliados 66 pacientes, sendo 55 (83%) classificados como sucesso e 11 (17%) como falha de desmame. MRC 30 minutos antes do TRE com valor de corte 44±4, com sensibilidade e especificidade, respectivamente, 77% e 84%, AUC 0.864 e IC95% 0.69-1.00. Já o MRC 10 minutos antes do TRE apresentou valor de corte de 49±5, sendo a sensibilidade de 55%, a especificidade de 80%, AUC 0.845 e IC95% 0.77-1.00. Por último, o IRRS 10 minutos antes do TRE com valor de corte de 45±4, sensibilidade de 30%, especificidade de 70%, AUC 0.476 e IC95% 0.22-0.71. Conclusão: Conclui-se que a força muscular periférica é preditora de sucesso de extubação em pacientes submetidos a cirurgia cardíaca.