Introdução: O termo macrossomia se refere a crianças nascidas com peso superior a quatro quilogramas, independentemente da idade gestacional. Sabe-se que os aspectos cardiovasculares destas crianças apresentam uma série de peculiaridades, e embora eles tenham sido bem estudados em recém-nascidos macrossômicos, pouco se sabe sobre a evolução tardia dessas crianças, o que é um campo de estudo ainda em desenvolvimento e muita pesquisa se faz necessária. Objetivos: Avaliar o efeito da macrossomia entre as crianças nascidas de mães não diabéticas e avaliar o efeito do diabetes entre as crianças que nasceram com macrossomia. Métodos: Trata-se de um estudo de casos e controles, composto por crianças nascidas com macrossomia. O cálculo do tamanho amostral foi fixado em 48 crianças com idade entre 8 e 12 anos, de ambos os sexos, divididas em três grupos: Grupo Controle (GC n=16): crianças com peso de nascimento normal entre 2.500-4.000 gramas de mães não diabéticas; Grupo Macrossomia de Mãe Não Diabética (GMMND n=16): crianças com peso de nascimento igual ou superior a 4.000 gramas de mães não diabéticas; Grupo Macrossomia de Mãe Diabética (GMMD n=16): crianças com peso de nascimento igual ou superior a 4.000 gramas de mães diabéticas. As crianças dos três grupos foram submetidas à avaliação clínica, antropométrica, laboratorial, ultrassonográfica das artérias carótidas e Doppler-ecocardiográfica. Análise estatística: Para a comparação entre os grupos foi utilizado o teste de Mann-Whitney. O nível de significância adotado foi de p<0,05. Resultados:Foram avaliadas 49 crianças,sendo 16 crianças do GC, 17 crianças do GMMND e 16 crianças do GMMD. Foram realizados testes comparativos entre os grupos: GC vs GMMND; GMMND vs GMMD. Observou-se que o peso, o índice de massa corpórea (IMC), superfície corpórea (SC) e a pressão arterial sistólica (PAS) foram maiores no GMMND comparados ao GC. A espessura diastólica do septo interventricular (EDSIV), espessura diastólica da parede posterior do ventrículo esquerdo (EDPP) e a espessura relativa da parede ventricular (ERP) também foram maiores nas crianças do GMMND comparadas ao GC. Entre os grupos GMMND e GMMD notou-se uma elevação dos níveis de insulina basal e índice de HOMA-IR no GMMD. A PAS, assim como o volume do átrio esquerdo (VAE) e a ERP foram significantemente maiores no GMMD quando comparados ao GMMND. Conclusão: O presente estudo mostra uma associação da macrossomia com alterações cardiovasculares e perfil metabólico na infância. Apoio: CNPq.