Resumo
Introdução: COVID-19 cursa com alta morbidade e altas taxas de mortalidade hospitalar. É de extrema importância conhecer os marcadores de mortalidade na admissão hospitalar para implantação de estratégias agressivas que reduzam o risco de desfechos desfavoráveis. O objetivo deste estudo foi estabelecer um modelo preditivo de risco de morte em pacientes hospitalizados com COVID-19. Métodos: Estudo de coorte em pacientes consecutivos internados por COVID-19 acompanhados até óbito ou alta hospitalar, submetidos à avaliação clínica e exames laboratoriais na admissão hospitalar e investigados quanto a desfechos desfavoráveis, como: necessidade de Unidade de Terapia Intensiva, ventilação mecânica invasiva e/ou óbito. Um modelo de escore de risco de morte foi criado com base em preditores clínicos e laboratoriais na admissão hospitalar. Resultados: 215 pacientes foram incluídos, 39 morreram. Os preditores de risco de morte foram: idade (RR: 3,05[1,65-5,63]), creatinina (RR:7,39[3,81-14,34]), linfócitos (RR:5,94[3,78-9,31]), plaquetas (RR: 3,26 [1,81-5,9]), Desidrogenase Láctica (DHL; RR: 5,85[3,75-9,17) e Proteína C Reativa (PCR; RR: 3,36[1,66-6,79]). Um modelo de risco de morte foi proposto considerando estes marcadores com os pontos de corte: idade>64 anos (1 ponto), plaquetas <197000 células/mm3 (1 ponto), LDH>823UI/L (1 ponto), linfócitos <373000 células/mm3 (1 ponto), creatinina>1,2mg/dL(1 ponto) e PCR>7,68 g/dL (1 ponto). O risco de morte considerando os critérios acima foram: 6 pontos: 95%, 5 pontos: 85-92%, 4 pontos: 50-88%, 3 pontos: 29-74%, 2 pontos: 17-39% e 1 ponto: 14 -31%. Conclusão: Um escore de risco de morte pode ser ajustado e calculado considerando idade e exames laboratoriais de rotina na admissão hospitalar de pacientes com COVID-19.
Palavras-chave: SARS-COV-2; desfecho desfavorável; morte, biomarcadores, escore de risco.
