Introdução: O coração é o órgão responsável pela circulação do sangue por todo o corpo, e seu controle acontece por um sistema de condução elétrica. Quando esse sistema não funciona adequadamente, desencadeia arritmias. Em alguns casos, há indicação de Dispositivos Cardíacos Eletrônicos Implantáveis (DCEI), que são aparelhos indicados para o tratamento das arritmias cardíacas, além de prevenção de morte súbita. O paciente que será submetido ao implante de DCEI, deverá conhecer os dispositivos e seus cuidados. Assim, o estudo objetivou identificar o conhecimento dos pacientes que vivem com o DCEI sobre cuidados domiciliares e sua associação com fatores sociodemográficos e clínicos. Métodos: Estudo transversal com abordagem quantitativa. A coleta de dados foi realizada no período de novembro de 2021 a fevereiro de 2022, com 87 pacientes de um ambulatório de arritmias, em um hospital de referencia no nordeste brasileiro, por meio de entrevista utilizando um questionário estruturado. Foram incluídos idade igual ou superior a 18 anos, de ambos os sexos, portadores de algum DCEI, com acompanhamento no referido ambulatório. Utilizou-se o teste Exato de fisher, o Teste U de Mann Whitney e o Teste de Kruskal-Wallis para a análise dos dados. Houve aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa. Resultados: Os pacientes com DCEI eram, em sua maioria, do sexo feminino (n=47;54%), com idade maior ou igual a 60 anos (n=72;82,1%), cor parda (n=43;49,4), com ensino fundamental incompleto (n=37;42,5%), seguido de analfabetos (n=25;28,7%), advindos do interior do estado (n=61;70,1%). Observou-se que 84 (96,6%) participantes eram inativos e destes 79 (90,8%) aposentados. Dos nove itens questionados, a maioria das respostas foram corretas em seis itens (66,6%) , a maior quantidade de respostas erradas foi encontrada em dois itens (22,2%) e, em um item (11,1%) a maioria não sabia informar a resposta. Os itens com maiores erros foram sobre o uso de eletrodomésticos e telefone celular. A maioria não sabia informar sobre exame de ressonância magnética. Além disso, 81 (93,1%) receberam orientação de um profissional de saúde. Ao realizar a análise das médias de acertos entre as variáveis, houve diferença estatisticamente significante entre o sexo (p=0,016) e a escolaridade (p=0,006). Conclusão: Os pacientes que vivem com o DCEI possuem considerável conhecimento sobre os cuidados com estes dispositivos em domicílio e o conhecimento foi associado a fatores sociodemográficos.