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A lipomatose cardíaca não é uma doença tão benigna assim: relato de caso

Karolyne Moura Rique De Oliveira, Júlia Galvani Nobre Ferraz, Ernaque Viana Malta, Ítalo Bruno dos Santos Sousa, Fábio Augusto de Luca
Hospital São Luiz - Unidade Morumbi - São Paulo - SP - Brasil

Figura 1: lipomatose cardíaca visualizada em toracotomia

INTRODUÇÃO

Os tumores cardíacos podem ser benignos ou malignos e primários ou metastáticos. A incidência de tumores cardíacos é de 0,02% e quase 75% são benignos, como mixoma, fibroelastoma papilar, rabdomioma, fibroma, lipoma e hemangioma.

Os lipomas são tumores encapsulados compostos de células de gordura maduras e sua apresentação clínica depende de seu tamanho e localização, desde assintomática ou até sinais compressivos ou obstrutivos. Os principais métodos para avaliação são a tomografia computadorizada (TC) e ressonância magnética cardiovascular (RMC). O tratamento de escolha é a excisão cirúrgica.

Este é um relato de caso de insuficiência cardíaca (IC) grave e rara por lipomatose em paciente jovem.

RELATO DE CASO

Mulher, obesa, 42 anos com dispneia aos esforços há 8 meses, além de edema de membros inferiores, ortopneia e dispneia paroxística noturna. Frente aos sintomas clássicos de IC, foi deflagrada investigação com ecocardiograma transtorácico que evidenciou massa mediastinal com compressão extrínseca do átrio direito e septo interatrial de aproximadamente 72x54 mm. Sendo confirmada por TC e RMC, sugerindo lipomatose. Ademais, as câmaras cardíacas tinham dimensões preservadas e função sistólica biventricular preservada, sem áreas de infarto ou fibrose.

A paciente foi submetida à toracotomia para ressecção da massa, contudo, no intraoperatório, foram visualizados múltiplos tumores com aspecto lipomatoso e infiltração na parede do átrio e ventrículo direito, além de acometimento de artéria coronária direita, artéria pulmonar tronco estendendo-se até a parede do átrio esquerdo, irressecável.

O histopatológico foi de tecido adiposo, o exame citopatológico foi negativo para células malignas, confirmando a hipótese de lipomatose cardíaca. O envolvimento extenso e catastrófico inviabilizou a ressecção ema doente foi então encaminhada para transplante como única possibilidade de cura.

DISCUSSÃO

Lipomas cardíacos são observados raramente e consistem em tumores frequentemente benignos que permanecem assintomático, mas nossa paciente apresentava sintomas semelhantes aos da IC. A excisão cirúrgica não foi possível, necessitando de transplante cardíaco.

Massas intracardíacas são doenças graves com risco de vida. Isso é imperativo que os tumores cardíacos sejam tratados precocemente sem fazer uma distinção benigno-maligno. Nosso caso, apesar de benigno, a lipomatose não foi passível de ressecção devido ao envolvimento de múltiplas estruturas vitais.

 

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