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Uso de Angiotomografia de coronárias para estratificação de risco pré-TAVI

Stefano Garzon, Felipe Bezerra, Guy Prado, José Mariani, Adriano Caixeta, Breno Almeida, Rodrigo Albanez, Marcio Rezende, Pedro Lemos
HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN - - SP - BRASIL

Introdução: o impacto clínico da doença arterial coronariana estável (DAC) em pacientes de TAVI permanece altamente controverso. A Tomografia Computadorizada de Coronárias (TCC) surgiu como uma alternativa não invasiva para avaliação coronariana em pacientes com estenose aórtica grave, reduzindo potencialmente a necessidade de coronariografia (CA) nesses pacientes.

Métodos: estudo observacional retrospectivo de centro único. Os pacientes foram incluídos se: 1) dados de anatomia coronária e/ou angioplastia (ICP) estivessem disponíveis; 2) informações clínicas e de acompanhamento estivessem disponíveis. Os pacientes foram divididos em dois grupos: 1)CA para todos os pacientes, com realização de ICP de lesões proximais em coronária epicárdica com > 70% de estenose; e 2)TCC para todos os pacientes, com CA sendo realizada apenas se estenose significativa fosse encontrada em uma artéria coronária epicárdica proximal na TCC, com ICP sendo realizada apenas em casos selecionados de anatomia de alto risco, a critério do operador. O desfecho combinado foi definido como morte por qualquer causa, infarto do miocárdio ou revascularização não planejada. Foi realizada análise do desfecho primário por status de revascularização (realizada ou não). Usamos a análise de Kaplan-Meier e comparamos os grupos usando log-rank.

Resultados: total de 248 pacientes (150 no grupo 1, 98 no grupo 2). Os grupos eram comparáveis ​​em idade (83 anos [77; 88] e 81,5 anos [75; 86], p 0,121 para os grupos 1 e 2), sexo (89 [59,3%] e 63 [64,4%], p 0,434), hipertensão (100 [66,7%] e 71 [72,4%], p 0,336) e STS (5,7 [3,1; 13,27] e 7,1 [3,4; 13,0] , p 0,883). No grupo 1, 89 pacientes (59,3%) apresentavam estenoses coronarianas e 42 pacientes (47,2%) foram submetidos a ICP. No grupo 2, 47 (48%) foram submetidos a CA, 45 tinham estenoses coronarianas e 32 (68,1%) foram submetidos a ICP (p 0,126 para diferença entre os grupos). Não houve diferenças na doença de 1, 2 ou 3 vasos entre os grupos (p 0,207). O desfecho combinado de 3 anos foi semelhante entre os dois grupos (27,7% e 20,3%, p 0,286, para os grupos 1 e 2). Ao dividir a amostra de acordo com revascularização, o desfecho combinado de 3 anos também foi semelhante entre os grupos (71,4% e 84,4%, p 0,088).

Conclusão: a estratégia de TCC pré-TAVI parece ser segura e pode reduzir o número de procedimentos invasivos. Além disso, não revascularizar estenoses coronarianas significativas pré-TAVI não parece ter impacto no desfecho combinado de morte por qualquer causa, infarto do miocárdio ou revascularização não planejada.

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