Introdução: A acetona exalada (EBA) é um biomarcador do diagnóstico e prognóstico da insuficiência cardíaca (IC). O papel da EBA em pacientes com IC avançada é desconhecido.
Objetivos: Avaliar alterações nos níveis de EBA em pacientes com IC descompensada admitidos com necessidade do uso de inotrópicos na unidade de emergência (UE).
Métodos: Estudo unicêntrico, prospectivo e observacional. Pacientes admitidos na UE por IC descompensada com necessidade de uso de inotrópico foram convidados a participar do estudo. As coletas de ar exalado foram realizadas na admissão e 48 horas após início do uso de inotrópico por intermédio de um dispositivo não invasivo previamente descrito. As amostras foram analisadas por espectrofotometria através da reação com salicilaldeído. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Instituição (CAAE: 62098116.5.0000.0068). O teste de Wilcoxon foi utilizado para comparar os níveis de acetona nas duas amostras coletadas. As análises estatísticas foram realizadas pelo programa SPSS versão 26.0 (Software Statistical Package for the Social Science).
Resultados: Setenta pacientes foram incluídos nesta análise, a maioria do sexo masculino, 50 (71%), média de idade de 54±12 anos e de fração de ejeção = 25 ± 6%. Foram coletadas duas amostras de EBA de todos os pacientes. A mediana de concentração (intervalo interquartil) de EBA na admissão foi de 8.5 (4.4 – 14.0) ug/L e após 48h do início da infusão de inotrópico foi de 2.2 (1.2 – 3.8) ug/L, p
Conclusões: Nossos dados revelam que pacientes com IC em estágio D apresentam níveis elevados de acetona exalada quando admitidos com sinais de baixo débito cardíaco e que há redução significativa da concentração de EBA logo após o início do inotrópico, reforçando dados anteriores sobre EBA como um biomarcador da gravidade da IC. O uso acetona exalada como ferramenta para guiar terapêutica em pacientes com IC deve ser testada em estudos prospectivos futuros.
