Introdução A fibrilação atrial consiste na ativação elétrica atrial desordenada, com ausência de ondas p e intervalos RR irregulares no eletrocardiograma. O flutter atrial é uma arritmia supraventricular causada por circuito de macrorrentrada no átrio direito, caracterizada por QRS estreito, com ondas F, em "dente de serra". O objetivo desse estudo é formar um perfil epidemiológico da mortalidade dos pacientes acometidos por flutter e fibrilação atrial no Estado de São Paulo. Métodos O trabalho é um estudo observacional, transversal e descritivo por meio da análise de dados epidemiológicos. As informações foram obtidas no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), nas subseções do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), durante os meses de novembro e dezembro de 2022. Foram utilizados dados disponíveis para acesso público na Plataforma DATASUS do Ministério da Saúde. A coleta de dados no SIM foi direcionada para os registros de flutter e fibrilação atrial no período de janeiro de 2012 a dezembro de 2022, relacionando as variáveis “cor/raça”, “faixa etária”, “sexo”, “escolaridade” e “estado civil” ao Estado de São Paulo, para estudo dos óbitos confirmados pelo grupo I48 da Classificação Internacional de Doenças (CID-10). As informações obtidas no SIM foram organizadas em tabelas do Microsoft Excel para análise estatística e, assim, relacioná-las com cada variável. A análise foi realizada por meio de uma comparação simples dos resultados. Resultados O Estado de São Paulo foi responsável por 8293 óbitos por flutter e fibrilação atrial no período de janeiro de 2012 a dezembro de 2022, representando a maior prevalência do país, com 25,03% dos óbitos. No que tange à faixa etária, 80 anos e mais correspondeu à maior mortalidade (52,76%), seguido por 70 a 79 anos (28,01%). Ademais, o sexo feminino foi prevalente, com 58,97% dos casos, enquanto o sexo masculino respondeu por 41,02%. Além disso, em relação à escolaridade, pacientes classificados com 12 anos ou mais de estudo possuem 5,31% do total de óbitos, em contraste com aqueles com 1 a 3 anos de escolaridade (29,97%). No que concerne à cor/raça, a branca abrangeu 6523 óbitos, evidenciando a maior prevalência em relação as demais (78,65%). Já sobre o estado civil, a categoria viúvo apresentou maior porcentagem, com 43,65%, seguido por casado (33,99%). Conclusões Os dados obtidos revelaram maior mortalidade por fibrilação e flutter atrial em idade acima de 80 anos, sexo feminino, escolaridade de 1 a 3 anos, raça branca e estado civil viúvo no Estado de São Paulo de 2012 a 2022.