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EXPERIÊNCIA INICIAL BRASILEIRA COM LITOTRIPSIA INTRAVASCULAR PARA O TRATAMENTO DE LESÕES CORONARIANAS CALCIFICADAS: REGISTRO DE CENTRO ÚNICO CARDIOVASCULAR

Guy F. A. Prado, Stefano Garzon, José Mariani, Adriano Caixeta, Breno O. Almeida, Rodrigo Albanez, Márcio Rezende, Marcelo Franken, Rodrigo Gobbo, Pedro A. Lemos
HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN - - SP - BRASIL

Introdução: Intervenções coronárias percutâneas (ICP) em lesões coronarianas calcificadas estão relacionadas a piores desfechos principalmente devido à expansão incompleta dos stents. A litotripsia intravascular (IVL) chegou ao Brasil em junho de 2022 e tem se difundido com rapidez em nosso país. Objetivamos aqui descrever a experiência inicial brasileira com IVL em centro único cardiovascular.

Métodos e resultados: Entre junho de 2022 e janeiro de 2023 foram incluídos 45 pacientes consecutivos com indicação clínica para ICP assistida com IVL como parte de um registro institucional. Foram avaliados desfechos adversos intra-operatório relacionados a IVL e os pacientes também foram acompanhados para a presença de eventos cardíacos adversos maiores (ECAM: morte por todas as causas, qualquer infarto e nova revascularização não programada da lesão alvo) até a alta hospitalar. Foram tratadas 55 lesões coronárias e a presença de calcificação foi avaliada por critérios na fluroscopia (definição da Society for Cardiovascular Angiography and Interventions) e/ou através de exame de imagem intravascular. A média de idade foi de 72,4 ±10,9 anos, homens foram 77,8% e diabetes esteve presente em 60%. A maioria dos indivíduos se apresentaram em síndromes coronarianas agudas (64,4%). Em relação às características angiográficas e do procedimento, o escore Syntax médio foi 21,7 ±9,5, lesões tipo C em 90,9% e comprimento médio das lesões de 31.2 ±15.5mm sendo utilizados a média de 1.8 ± 1.01 stents.  Observou-se grau importante de calcificação pela fluoroscopia em 70,9% e utilizou-se imagem intravascular em 74,5% das lesões. Associação com aterectomia rotacional foi necessária em 3 lesões, foram utilizados 52 cateteres de IVL e todos os 80 pulsos foram entregues na mesma lesão em 60%. A IVL como estratégia inicial programada ocorreu em 90,9% e o restante foram procedimentos de salvamento devido à pré-dilatação incompleta. Obteve-se sucesso angiográfico (estenose residual < 30% e fluxo TIMI 3) em todas as lesões. Os resultados adversos intra-hospitalares foram baixos, com taxa livre de ECAM de 93,3% impulsionados por 3 casos de infarto do miocárdio peri-procedimento e nenhum caso de morte ou revascularizações de urgência da lesão alvo. Complicações relacionadas à IVL ocorreram em 14,5% principalmente devido à dissecção coronária após litotripsia (9,0%) antes do implante do stent.

Conclusões: A IVL mostrou ser uma modalidade segura e eficaz na modificação do cálcio coronariano para alcançar a expansão ideal do stent nesta série inicial de casos em centro único brasileiro.

 

 

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