Introdução: Pacientes com insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida (ICFEr) frequentemente apresentam baixa capacidade funcional com prejuízo na vida laboral e na qualidade de vida (QV). Acredita-se que a função diastólica possa exercer papel determinante e preditor nessa evolução desfavorável. Objetivo: Detectar variáveis ecocardiográficas com boa acurácia para baixa tolerância ao exercício em pacientes com ICFEr. Método: Estudo prospectivo transversal envolvendo 50 pacientes maiores de 18 anos com ICFEr, clinicamente estáveis e em terapia medicamentosa otimizada. No momento da inclusão todos os pacientes realizaram: avaliação clínica, ecocardiografia transtorácica, coleta de dados antropométricos, teste de caminhada de 6 minutos (TC6’) para avaliação da capacidade funcional e questionário Minnesota para avaliação da QV. A análise estatística foi realizada a fim de identificar marcadores ecocardiográficos para detecção de baixa tolerância ao exercício. Resultados: Foram incluídos 50 pacientes com média de idade de 62 ± 11 anos, sendo 65% homens. Houve associação entre as variáveis de função diastólica E’ Mitral Septal (R = 0,55 e P < 0,001) e E/E’ Mitral (R = 0,30 P = 0,031) com menor distância no TC6’ e prejuízo na QV. E’ Mitral Septal, ajustado para um modelo de idade e fração de ejeção, foi marcador independente de baixa tolerância ao exercício (R=0,57; p<0,001). A curva ROC mostrou o ponto de corte E’ Mitral Septal < 5,8 cm/s com A/C de 0,74 [IC: 0,60-0,88; p=0,01], sensibilidade de 68% e especificidade de 79% para menor distância percorrida no TC6’. Conclusão: E’ Mitral Septal, na amostra considerada, tem boa acurácia para detecção de baixa tolerância ao exercício em pacientes com ICFEr.
Palavras-chave: disfunção sistólica, teste de caminhada de seis minutos, pressão de enchimento do ventrículo esquerdo, qualidade de vida, pressão de enchimento.