Introdução: As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte não só no Brasil, como no mundo. O infarto agudo do miocárdio corresponde à isquemia do músculo cardíaco que resulta em lesão tecidual e necrose. Sua etiologia está intimamente relacionada a fatores genéticos, ambientais e comportamentais - sobrepeso, alimentação, tabagismo etc. Só entre Janeiro de 2008 e Novembro de 2022, foram reportados 4.872.672 internações por infarto agudo do miocárdio no Brasil.
Métodos: O estudo se trata de uma revisão epidemiológica do o Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) no ano de 2021 com base no Tabulador Genérico do Domínio Público (Tabnet). Foram coletados dados de mortalidade, valor médio de internação e tempo médio de permanência para pacientes diagnosticados com Infarto Agudo do Miocárdio, de acordo com a CID10, de acordo com as cinco regiões geográficas brasileiras. Foi feita uma matriz de correlações entre as três variáveis por meio do software Jamovi.
Resultados: No ano de 2021 houve 140.819 internações por infarto agudo do miocárdio no Brasil, das quais 13.629 vieram a óbito, resultando em uma taxa de mortalidade de 9.68%. Os pacientes eram 63.67% do sexo masculino. As regiões brasileiras com maior número de internações e taxa de mortalidade foram, respectivamente, Sudeste e Nordeste. Dentre os pacientes, 77.85% possuíam informação de cor/raça. A maioria se autodeclarou branca (38,7%), seguida de parda (34,2%), preta (3,7%), amarela (1,2%) e indígena (0,0002%). Após análise, foi encontrada uma correlação fraca entre a mortalidade e o valor médio despendido por internação (r=-0.075) e moderada com o tempo médio de permanência (r=0.0434). Já entre o tempo médio de permanência e o valor médio despendido por internação, foi encontrada uma forte correlação (r=-0.903).
Conclusões: A mortalidade por infarto agudo do miocárdio não está fortemente relacionada ao tempo de permanência hospitalar ou aos recursos despendidos na internação do doente. Os recursos despendidos, no entanto, dependem intensamente do tempo despendido por internação. Outros fatores devem ser considerados e explorados em análises futuras, como a idade média dos pacientes, tempo médio até procura de serviço de saúde e análise qualitativa do serviço de saúde.