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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Caracterização genética de uma série de pacientes com suspeita diagnóstica de cardiomiopatia hipertrófica para identificação de biomarcadores

Silas Ramos Furquim, Pires, L.V.L., Marques, E.L., Lipari, L.F.V.P., Olivetti, N.Q.S., Cardoso, J.N., Nastari, L., Fernandes, E.A., Fernandes, F., Krieger, J.E.
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: A cardiomiopatia hipertrófica (CMH) pode ter apresentação sindrômica e não sindrômica. As não-sindrômicas estão associadas aos genes que codificam proteínas do sarcômero, principalmente: MYH7, MYBC3, TNNI3, TNNT2, TPM1, MYL2, MYL3, ACT1. Os testes genéticos estão sendo incorporados às linhas de cuidado e apresentam rendimento diagnóstico em torno de 40%. Há grande interesse em seu uso na prática, pois poderão contribuir na identificação de variantes associadas a pior prognóstico e risco de morte súbita; além disto, permitirão o diagnóstico precoce em familiares por meio do rastreamento em cascata. Infelizmente, a maioria dos dados são referentes a pacientes brancos de origem europeia e pouco se sabe sobre uma população miscigenada como a brasileira.

Métodos: Estudo observacional sequencial de 123 pacientes com suspeita clínica de CMH submetidos a testagem genética e coleta de dados clínicos no Instituto do Coração. De acordo com o teste genético, após análise do exoma, os pacientes foram divididos em genótipo positivo ou negativo. As variáveis foram analisadas pelo teste exato de Fisher e Mann-Whitney.

Resultados: Identificamos variantes patogênicas ou provavelmente patogênicas associadas à CMH em 55 (44,7%) dos 123 pacientes. Os genes mais afetados foram MYH7 (29%) e MYBPC3 (29%). Identificamos também genes associados a fenocópias da CMH: TTR (2%) e GLA (2%). Em conjunto, esta série apresenta 126 variantes em 62 genes, das quais 112 são variantes únicas e 14 estão presentes em mais de um paciente. Encontramos 62 variantes em genes sarcoméricos, 5 das quais nunca descritas; 11 em genes associados às RASopatias, das quais 5 nunca foram reportadas. As 2 variantes mais recorrentes encontradas foram MYH7:p.(Ala797Thr) e TPM1:p.(Arg21Leu). Na comparação entre os grupos, encontramos que os pacientes com genótipo positivo estão associados com menor idade ao diagnóstico (44,0 ±2,5 anos x 54,6 ±1,7; p<0,001), história de cardiopatias em irmãos (49% x 22%; p=0,002), menor incidência de dispneia classe funcional III (2,9% x 27,3%; p=0,02), menor prevalência de hipertensão (14% x 53% p<0,001) e menor uso de betabloqueador (58% x 75%; p=0,048).

Conclusão: O teste genético nesta população mostrou rendimento de 44,7%  e auxiliou na identicação de fenocópias que possuem tratamento específico. Houve diferenças na apresentação clínica que sugerem que a expansão da amostra e do tempo de seguimento serão importantes para seleção de variantes que sejam biomarcadores de prognóstico e do manejo dos pacientes, além de assistir ao diagnóstico.

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