Introdução: A insuficiência cardíaca (IC) é a via final das cardiopatias e a progressão dos sintomas psicossociais influencia na adesão a comportamentos de autocuidado, relações sociais, qualidade de vida relacionada à saúde e desfechos clínicos. Objetivo: identificar a prevalência de sintomas de ansiedade e depressão em pacientes com IC. Método: Trata-se de um estudo transversal, realizado em uma capital do Nordeste brasileiro no ambulatório de cardiologia de um hospital universitário da rede federal. Os dados foram obtidos por meio de entrevista individual para coleta dos dados sociodemográficos e consulta ao prontuário para investigar as condições clínicas. Para identificar os sintomas de ansiedade e depressão foi utilizada a versão brasileira da Hospital Anxiety and Depression Scale (HADS) que possui 14 questões divididas em duas subescalas (HADS-Ansiedade e HADS-Depressão) com sete questões cada; com pontuações que variam de zero a três e escore máximo de 21 pontos. Pontuações > 8 indicam sintomas de ansiedade e depressão. As variáveis foram analisadas por meio de estatística descritiva (frequências absolutas, relativas, média e desvio padrão). Resultados: Foram incluídos 34 pacientes com IC, com média de idade de 59,38 (± 13,99) anos, 58,8% eram do sexo masculino, 52,9% pardos, 55,9% casados, 52,9% inativos economicamente, com escolaridade média de 6,50 (±4,04) anos e 52,9% com renda familiar de um salário-mínimo. Quanto as variáveis clínicas, 64,7% possuíam etiologia não isquêmica, 44,1% estavam na classe funcional II da New York Heart Association, com média de fração de ejeção de ventrículo esquerdo de 30,36 (± 19,09%), 31,0% em uso de betabloqueadores e 24,0% diuréticos. A prevalência dos sintomas de ansiedade e depressão foi 61,8% e 23,5%, respectivamente. A HADS-Ansiedade apresentou pontuação média de 9,50 (± 3,89) com variação de 4 a 18 pontos e a HADS-Depressão obteve média de 5,06 (± 3,28) com mínimo zero e o máximo 12 pontos. Conclusão: Este estudo evidenciou alta prevalência de sintomas de ansiedade e depressão nos pacientes investigados. Intervenções não farmacológicas devem ser realizadas para reduzir os níveis dos sintomas psicossociais.
