Introdução: Delirium configura-se por alterações agudas no estado mental do paciente. Em razão da idade avançada, número de comorbidades cada vez mais presentes em pacientes submetidos a cirurgia cardíaca, sua prevalência é cada vez maior. Sua ocorrência está relacionado a maior tempo de hospitalização, infecções e óbito.
Objetivos: Avaliar e estratificar os principais fatores de risco descrito em literatura em pacientes submetidos a cirurgia cardíaca eletiva realizadas através de toracotomia mediana.
Material e método: Foram avaliados prontuários de pacientes que desenvolveram Delirium no pós operatório de cirurgia cardíaca durante sua permanência em unidade de terapia intensiva, confirmados pela escala CAM-ICU.
Resultados: 257 prontuários foram avaliados e destes, 73 pacientes apresentaram Delirium.
52 (71,2%) eram do sexo masculino e os fatores de risco mais prevalentes encontrados foram: idade maior que 65 anos em 33 pacientes (63,4%), polifarmácia em 14 (19,1%), tabagismo em 12 (16,4%), acidente vascular prévio em 5 (6,8%), doença renal crônica em 6 (8,2%) e uso crônico de Benzodiazepínicos 5 (6,8%).
21 (28,8%) eram do sexo feminino e os fatores de risco mais prevalentes encontrados foram: idade maior que 65 anos em 21 pacientes (28,8%), polifarmácia em 11 (52,3%), tabagismo em 3 (14,2%), acidente vascular prévio em 3 (14,2%), doença renal crônica em 4 (19%) e uso crônico de Benzodiazepínicos 4 (19%).
Conclusões: Apesar desta pequena amostragem inicial, observa-se que os principais fatores de risco relacionados ao desenvolvimento de Delirium no pós operatório de cirurgia cardíaca não são modificáveis, tais como a idade e o uso de inúmeras medicações crônicas. Porém, outros fatores de risco podem ser abordados antes da intervenção eletiva para a redução do Delirium.