Introdução: Devido à importância de mensurar a força muscular respiratória (FMR), novos estudos surgiram na tentativa de estabelecer equações preditivas e tabelas de valores de referência, considerando fatores como: idade, sexo e altura em diferentes populações. O comportamento da FMR ainda é controverso e não há um consenso sobre a equação ideal para a prática clínica entre jovens brasileiros com diferentes perfis nutricionais. Este estudo propôs comparar os valores de FMR mensurados com os previstos por equações nacional e internacional descritas na literatura, em adolescentes com variados perfis nutricionais. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal (CAEE: 34634414.5.0000.5479 e Clinical Trial: NCT03042234) realizado com 98 adolescentes, ambos os sexos, alocados em quatro grupos: eutróficos (n=44); sobrepeso (n=15), obesos (n=25) e obesos graves (n=14). Todos foram submetidos à avaliação antropométrica, composição corporal e manovacuometria. Para as comparações dos valores obtidos entre os grupos, foram utilizados os testes de análise de variância (ANOVA) com post-hoc Tukey; Kruskal Wallis para observado vs. previsto, com post-hoc Friedman. O nível de significância foi de 5%. Resultados: Não houve diferenças entre os grupos para pressões inspiratória (PImáx) e expiratória (PEmáx) máxima. Os valores obtidos para PImáx apresentaram-se menores que os previstos pela equação de Lanza et al (p<0,05) e maiores que os previstos por Verma et al (p<0,05); os valores de PEmáx obtidos se apresentaram menores tanto em relação aos previstos por Lanza et al, quanto por Verma et al (p<0,05). Conclusão: A FMR foi semelhante entre os adolescentes com diferentes perfis nutricionais e maturações sexuais; a adiposidade parece não interferir na força muscular respiratória desses indivíduos, os meninos apresentaram maiores valores de PImáx e PEmáx em comparação com as meninas; e os valores de referência propostos pelas equações de Lanza et al e Verma et al, não foram capazes de predizer de maneira consistente a FMR desses adolescentes, o que reforça a necessidade de novos estudos relativos a FMR, com o intuito de estabelecer valores de normalidade e equações de predição que melhor represente o público jovem.