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Rara associação de aneurisma de seio de valsalva direito em paciente com valva aórtica bivalvularizada

Fernanda Del Castanhel, Renato Paladino Nemoto, Igor Altoé da Silva, Natália Carvalhinho Carlos de Souza, Júlio Zoé de Medeiros Brito, Pamela Nogueira Cavalcante, Tarso Augusto Duenhas Accorsi, Mariana Pezzute Lopes, Flavio Tarasoutchi
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: O aneurisma de seio de valsalva (ASV) é raro (0,09% da população) e pode levar a condições ameaçadoras à vida, como sua ruptura. Quando congênito, pode estar associado a doenças como a valva aórtica bivalvularizada. Relatamos um caso de achado incidental que modificou planejamento cirúrgico valvar.Relato de caso: Paciente masculino de 46 anos, queixava-se de angina e dispneia aos esforços e ao exame físico apresentava sopro sistólico em foco aórtico. Ecocardiograma transtorácico  evidenciou válvula aórtica bicúspide (VAB) com dupla lesão importante. Foi solicitada uma angiotomografia de coronária pré-operatória, a qual foi achado incidentalmente, um aneurisma de seio valsalva acometendo o óstio de artéria coronária direita (ACD), medindo 28x38mm, sem causar compressão das estruturas adjacentes. Para a correção de ambas as patologias foi indicada a troca valvar associada a abordagem de aorta e reimplante de ACD para prevenir risco de ruptura. Discussão:ASV é uma dilatação anormal da raiz aórtica localizada entre o anel da válvula aórtica e a junção sinotubular. Como no caso relatado, os homens são 4 vezes mais acometidos e 65% dos casos são originários do seio coronariano direito. Quando sintomático, o aneurisma pode protruir-se para a câmara cardíaca adjacente, gerando obstruções ao fluxo de sangue e pode causar isquemia pela compressão de artérias coronárias, além de estenose ou regurgitação das válvulas tricúspide e aórtica. Há relatos de distúrbios de condução pela penetração do aneurisma no septo interventricular. A ruptura para a cavidade cardíaca, mais comumente à direita, é a complicação mais importante. O diagnóstico do ASV é difícil e muitas vezes feito incidentalmente ou após uma complicação.A preferência é por métodos de imagem como ecocardiograma e angiotomografia da aorta e coronárias. Em geral, a correção é cirúrgica, mas casos percutâneos já foram descritos. Há situações em que é necessária a substituição de toda a raiz aórtica ou reimplante das coronárias ou mesmo ambos os procedimentos. Conclusão: ASV é uma condição que, embora rara, pode ter alta morbidade e mortalidade. O diagnóstico é difícil e normalmente incidental. Pode ser causa de sintomas limitantes pela compressão das estruturas adjacentes ou até mesmo casos mais dramáticos, como a ruptura do aneurisma. Quando encontrado incidentalmente, pode mudar a programação de abordagem cirúrgica.

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