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Valva aórtica quadrivalvulaziada associada à insuficiência aórtica, dilatação da aorta ascendente e anomalia coronariana.

Andre Moreira Nicolau, Marco Bellizze, Lissa Rocha, Maria Beatriz Eberlin, Marcelo de Sa Nogueira, Mariana Pezzute Lopes, João Ricardo Cordeiro Fernandes, Roney Orismar Sampaio, Vitor Emer Egypto Rosa, Flavio Tarasoutchi
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: A etiologia da insuficiência aórtica é fundamental para a definição da estratégia de acompanhamento e intervenção. Dentre as etiologias de insuficiência aórtica estão as alterações congênitas da valva aórtica. Relatamos um caso raro de insuficiência aórtica por valva aórtica quadricúspide, associada à dilatação da aorta ascendente e anomalia coronariana.

Caso: Homem, 64 anos, com dispneia progressiva há 2 meses, atualmente em classe funcional II. Sem outros sintomas. Como antecedentes, fora tratado para febre reumática aos 20 anos por 6 anos. Mãe falecida por valvopatia, sem detalhes conhecidos. Ao exame físico, B1 normofonética, sopro sistólico ejetivo suave, com pico mesossistólico sem irradiação. B2 hipofonética e sopro holodiastólico, aspirativo, mais audível em foco aórtico, com irradiação para outros focos, além de sinal de Musset. Ecocardiograma evidenciou valva aórtica de difícil avaliação morfológica e insuficiência aórtica importante. Angiotomografia de aorta para estudo de etiologia, evidenciou valva aórtica quadrivalvularizada tipo A de Hurwitz (Figura 1), dilatação da aorta ascendente 46mm e óstios independentes de DA e Cx.  Indicada intervenção combinada (Cirurgia de Bentall de Bono adaptada) e solicitado teste genético para aortopatias.

Discussão: valva aórtica quadrivalvularizada é uma alteração congênita rara, com prevalência estimada entre 0,01 e 0,005%. Acomete igualmente homens e mulheres, apresentação em idade jovem (por volta dos 40 anos) e história familiar fortemente positiva (mais de 90% dos casos). A alteração hemodinâmica mais comum é a insuficiência aórtica, sendo a dilatação da aorta presente em 30% e a estenose aórtica rara. Cerca de 16% evoluem com necessidade de cirurgia, sendo a indicação mais comum a insuficiência aórtica. Diferentemente da valva aórtica bicúspide, não há aumento de risco de endocardite infecciosa. Está associada com outras alterações cardíacas, como anomalias coronarianas (10% dos casos) e prolapso de valva mitral. 

Conclusão: a definição da etiologia da insuficiência aórtica pode ser difícil pela caracterização morfológica da valva aórtica e pela raridade do quadro. Assim como no caso da valva aórtica bicúspide, onde o diagnóstico proporciona uma melhor estratégia de acompanhamento e pode diferenciar o tipo de abordagem proposta, na valva aórtica quadricúspide o diagnóstico etiológico proporciona melhor compreensão da história natural e outras condições associadas, assim como eventualmente aconselhamento genético e avaliação da prole. 

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