Tema Livre

Introdução: Para a prevenção de novas complicações da doença arterial coronariana (DAC) são necessárias mudanças no estilo de vida e adesão ao tratamento medicamentoso. Acreditamos que esses objetivos podem ser alcançados quando o paciente possui conhecimento sobre sua doença. Neste sentido, escalas que demostrem qual o grau de conhecimento do paciente são fundamentais; sendo o Questionário de Educação de Doença Arterial Coronariana (CADE-Q) um instrumento validado para o conhecimento da DAC e também mede os efeitos do processo de ensino-aprendizado e possíveis mudanças no comportamento destes pacientes. Objetivos: Avaliar o nível de conhecimento de pacientes com DAC por meio do CADE-Q, durante o período pré e pós-operatório de revascularização do miocárdio (RM) em um hospital terciário privado. Métodos: É um estudo transversal, onde foram avaliados os conhecimentos sobre DAC  e com indicação de cirurgia de RM; foi aplicado o CADE-Q em dois momentos (pré e pós-operatório). O CADE-Q é composto de 19 itens e as questões foram divididas em quatro áreas do conhecimento. Cada item possui quatro alternativas ou afirmações que correspondem a um nível de conhecimento; sendo feito um escore de pontuação, desde ótimo até insuficiente. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva e foram usados teste t de Student e ANOVA. Resultados: 35 pacientes (80% do sexo masculino e idade média de 63.6 anos, 68,6% hipertensos, 57,1% dislipidêmicos e 25,7% diabéticos). Não houve diferença significativa na média da pontuação geral de conhecimentos entre pré e pós-RM (39,2 ± 8,2  e 34,9 ± 9, p=0,86) e quando comparado com as características sóciodemográficas, antecedentes clínicos e motivo da internação. A área de maior esclarecimento foi a relacionada aos fatores de risco e estilo de vida, e foram mapeadas as áreas multidisciplinares que mais promovem ações educativas. Conclusão: Os conhecimentos sobre DAC não se alteraram durante a internação para RM. Porém de grande importância foi a identificação de quais pontos são de maior ou menor conhecimento sobre DAC dos nossos pacientes, e a necessidade de traçar estratégias de educação ao paciente no ambiente hospitalar.

O nível de conhecimento permaneceu inalterado em 23 (em destaque) dos 35 pacientes estudados (p= 0,216).