Introdução: Nos últimos anos novas técnicas de exames de imagem surgiram para avaliar a função atrial e prever o risco de recorrência da fibrilação atrial (FA). Neste advento emergiu-se a necessidade e interesse de avaliar função e características do átrio esquerdo (AE), provavelmente devido ao impacto prognóstico do tamanho e função deste, em diferentes doenças cardiovasculares. Objetivo: O estudo teve como objetivo associar parâmetros do Ecocardiograma Speckle-tracking (EST) que podem sugerir fibrose atrial em pacientes com fibrilação atrial. Métodos: Nesse estudo caso-controle, prospectivo, onde os parâmetros do EST foram estudados em 50 participantes com fibrilação atrial (FA) e 30 participantes saudáveis. Resultados: Quando avaliados os parâmetros ecocardiográficos no grupo FA comparado ao grupo controle, os itens referentes às alterações átrio esquerdo (AE), como diâmetro de AE (46,2±9,46 vs. 29,9±3,83, p<0,0001), diâmetro diastólico de ventrículo esquerdo (DdVE) (50,82±8,43 vs. 45,87±4,24, p 0,001), diâmetro sistólico de ventrículo esquerdo (DsVE) (35,86±9,59 vs. 29±2,93, p <0,0001), volume de AE (94; P25: 74,5, P75: 129,5 vs. 34,77±10,42, p<0,0001) e volume indexado pela superfície corpórea (53,6; P25: 39,4, P75: 73,3 vs. 20,61±5,27, p<0,0001), de strain de AE PALS (11,05; P25: 7,83, P75: 16,98 vs. 43,94±12,17, p<0,0001) e strain de ventrículo esquerdo SLGVE (14,9±3,66 vs. 22,33±2,32, p<0,0001) estavam alterados. A análise da curva ROC evidenciou melhor desempenho diagnóstico para PALS (< 26.5) do que para SLGVE (<18.7). Conclusão: Disfunção de átrio esquerdo avaliado pelo EST pode estar diretamente associada ao desenvolvimento da FA. A avaliação do PALS e SLGVE pode colaborar para uma melhor compreensão sobre o surgimento e desenvolvimento da fibrose atrial proporcionando dados adicionais para melhorar o diagnóstico e avaliação prognóstica da fibrilação atrial.
