Introdução: Em virtude do surto do novo coronavírus (Sars-CoV-2), altamente contagioso, vivemos desde 11 de março de 2020, quando foi declarada como uma pandemia pela Organização Mundial de Saúde (OMS), uma emergência de saúde pública de importância internacional. A COVID-19 apresenta sintomas semelhantes ao de outras viroses respiratórias, como tosse seca, fadiga, febre e em casos mais graves, dispneia, comprometimento pulmonar, síndrome respiratória aguda grave e sepse. Objetivo: Analisar alterações clínicas e laboratoriais em pacientes cardiopatas diagnosticados com COVID-19 e avaliar sua associação com os desfechos. Métodos: Trata-se de um estudo transversal e retrospectivo, cuja coleta de dados se deu por meio das informações contidas no prontuário eletrônico. Foram analisados dados laboratoriais na admissão e desfecho dos pacientes cardiopatas confirmados com a covid-19 pelo método de Transcrição Reversa seguida de Reação em Cadeia da Polimerase (rt-PCR). Os dados foram analisados por meio dos testes McNemar, Qui-quadrado de Pearson ou o teste Exato de Fisher. Programa estatístico IMP SPSS na versão 25. Resultados: Avaliamos 170 pacientes, sendo a faixa etária de 70 a 97 como a mais prevalente, 57,6% era do sexo masculino. Os sintomas mais frequentes foram: dispneia, febre e tosse seca; As comorbidades mais presentes foram: hipertensão arterial, diabetes Mellitus, cardiopatias diversas e doença renal crônica. 37,5% dos pacientes coletados foram a óbito. A maioria dos exames estava normal na admissão e sofreram alterações ao longo do internamento, como ureia (p<0.001), creatinina (p<0.001), hemoglobina (p<0,001), albumina (p<0,039), hemácias (p<0,029) e linfócitos (p<0,006). Os pacientes que foram a óbito apresentaram níveis mais elevados de leucócitos (p<0,001), neutrófilos (p<0,059), linfócitos (p<0,001), plaquetas (p<0,001), ureia (p<0,001) e creatinina (p<0,001). Conclusão: Pacientes cardiopatas idosos, pertencentes ao sexo masculino, com comorbidades pré-existentes são os mais propensos a contrair a covid-19 e com os piores desfechos. O desfecho óbito está relacionado aos exames que apresentam importantes alterações em seus resultados.