Introdução: O Acidente Vascular Encefálico (AVE) é uma doença incapacitante e leva a restrições ao leito na fase aguda e dificuldades de locomoção que acarretam a perda de massa muscular, fraqueza e limitação funcional na fase crônica. Esses fatores promovem o descondicionamento físico, por isso, recomenda-se a reabilitação com exercícios, que inclui o treinamento resistido, aeróbio e inclusive o treinamento da musculatura respiratória (TMR). Objetivo: Revisar sistematicamente os efeitos das modalidades de treinamento físico (resistido, aeróbio, combinado e TMR) na capacidade funcional cardiorrespiratória e na força muscular respiratória de pacientes com AVE na fase crônica. Método: Foi realizada uma revisão sistemática com metanálise. As buscas foram realizadas nas bases de Dados: PubMed, EMBASE, LILACS e PeDro. Foram incluídos ensaios clínicos randomizados que tiveram como participantes pacientes com AVE na fase crônica e que compararam os efeitos de treinamento físico (aeróbio, resistido, combinado ou TMR) com grupo controle. Os desfechos avaliados foram a capacidade funcional cardiorrespiratória e a força muscular respiratória. Análise Estátistica: A metanálise foi realizada usando o modelo de efeitos randômicos. Foram realizadas as seguintes comparações: TMR versus controle; treinamento aeróbio versus controle; treinamento resistido versus controle; treinamento combinado versus controle. Foi considerado estatisticamente significativo um valor alfa = 0,05. Todas as análises foram conduzidas usando o software RStudio. Os resultados foram expressos como diferença entre médias com intervalos de confiança de 95% Índice de Confiabilidade (IC). Resultados: A estratégia de busca identificou 4564 referências, 23 preencheram os critérios de elegibilidade e foram incluídas, Observamos que tanto o treinamento aeróbio (quinze estudos: 2,77ml/kg/min, IC 95%: 2,13 - 3,41; I 2 : 50%) quanto o resistido melhora os valores de consumo de oxigênio (dois estudos: 2,36 ml/kg/min, IC 95%: 1,40 - 3,31; I 2 : 0%). Treinamento muscular inspiratório e expiratório melhoram pressão inspiratória máxima (PImáx) (quatro estudos: 32,62 cmH2O, IC 95%: 22,23 - 43,02; I 2 : 17%) e pressão expiratória máxima (PEmáx) (três estudos: 21,74 cmH2O, IC 95%: 2,28 - 41,19; I 2 : 70%). Conclusão: O treinamento físico, especialmente o aeróbio e o TMR, é benéfico para a população acometida por AVE mesmo na fase crônica, uma vez que podem melhorar a capacidade funcional cardiorrespiratória e a força muscular respiratória, o que pode culminar em redução de novos eventos e complicações.
