Introdução: A Doença cardíaca hipertensiva (DHC) é uma síndrome clínica, que configura uma das complicações cardíacas secundárias ao aumento persistente da pressão arterial, apresentando-se como a primeira causa cardiovascular de hospitalização. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 600 milhões de pessoas tenham Hipertensão Arterial (HA), com crescimento global de 60% dos casos até 2025, além de cerca de 7,1 milhões de mortes anuais. No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, 32% da população adulta brasileira tem hipertensão, o que seria equivalente a 36 milhões de indivíduos. O objetivo deste estudo não se concentra apenas em uma pesquisa voltada para a epidemiologia de DHC no município de SP, mas também em focar nos critérios sociais para um maior embasamento no manejo clínico e uma maior atenção às individualidades da população por meio de uma estratificação de risco com maior especificidade. Métodos: O estudo trata-se de uma análise epidemiológica, descritiva, transversal e retrospectiva. Os dados expostos foram coletados do banco informativo de saúde do DATASUS (TABNET) do ano de 2012 a 2022, referente ao número de óbitos por ano, cor, sexo e faixa etária ocorridos no Município de SP. Resultados: No período de 2012 a 2022 ocorreram um total de 8.337 óbitos por doença cardíaca hipertensiva sem IC em São Paulo, desses indivíduos, 48,2% homens e 51,8% mulheres. No que diz respeito a raça, 67,5% eram brancos, 9% eram pretos, 1,2% eram amarelos, 21,9% eram pardos e 0,4% não informaram. Quanto à faixa etária, vieram a óbito: 0,02% de 5 a 14 anos, 0,1% de 15 a 24 anos, 0,68% de 25 a 34 anos, 3,6% pessoas dos 35 a 44 anos, 11,1% de 45 a 54 anos, 19,5% de 55 a 64, 25% de 65 a 74 e 40% de 75 pra cima. Cada ano obteve as seguintes taxas de óbitos: 9,2% em 2012, 9,8% em 2013, 9,1% em 2014, 8,1% em 2015, 8,1% em 2016, 9,2% em 2017, 10,9% em 2018, 9,4% em 2019, 6,7% em 2020, 8,5% em 2021, 11% em 2022. Além disso, no decorrer do período de 2012 a 2022 se obteve uma média de 758 óbitos por ano. Conclusões: Houve um aumento significativo do número de casos do ano de 2012 a 2022. Nota-se uma prevalência maior nas mulheres, assim como, em relação à cor houve maior número de mortes nas pessoas de cor branca. Quanto à faixa etária é possível observar que a maior parte dos indivíduos que vieram a óbito possuem mais de 75 anos.