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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Dissecção de aorta Stanford A, com canulação transventricular.

Lenny Gabriela Giese Urresti, Renata Muller Couto , Matheus da Silva Passos, Marcelo Vial Felix de Sousa, Ariane Zonho Wogel, Maicon Felipe Ribeiro da Cruz, Pedro Paulo Martins de Oliveira, Artur Vilaça Carmona, Silvério Albano Fernandes Júnior
FACULDADE DE CIENCIAS MÉDICAS – UNICAMP - - SP - BRASIL

Introdução: A dissecção aórtica Stanford A é uma doença com alta mortalidade chegando a 48% nas primeiras 48h. O tratamento cirúrgico é um desafio para o cirurgião, sendo de alto risco e agressivo, que envolve canulação venosa e arterial, circulação extracorpórea, hipotermia profunda e parada circulatória total em algumas circunstâncias. No caso relatado, a canulação teve de ser feita de maneira atípica, para o êxito do procedimento, conferindo maior risco e necessidade de alta habilidade e experiência técnica na cirurgia.  

Relato de caso: Homem de 67 anos, com quadro de dor precordial  irradiada para ombro esquerdo com assimetria da pressão arterial em membros superiores. A angiotomografia evidenciou dissecção de aorta torácica com extensão superior para os ramos do tronco braquiocefálico, artéria carótida comum esquerda e artéria subclávia esquerda, inferiormente estendendo-se para aorta abdominal. Ao ecocardiograma transtorácico (ETT) plano valvar preservado com insuficiência aórtica leve. Na abordagem cirúrgica de urgência, foi tentado a canulação da artéria carótida comum direita, porém a mesma encontrava-se dissecada, foi  necessária troca rápida do sítio, com canulação da ponta de ventrículo esquerdo (VE), para posteriormente dar entrada em circulação extracorpórea (CEC). Após reparo do arco aórtico e aorta ascendente, novamente trocada a canulação do ventrículo esquerdo para neoaorta. O restante do procedimento aconteceu sem intercorrências, realizada troca da aorta ascendente com ressuspensão da valva aórtica com técnica Florida Sleeve. No pós-operatório o paciente teve evolução satisfatória e ETT demonstrou função sistólica do VE sem alterações e fração de ejeção 64%.

Discussão: A mortalidade da dissecção de aorta durante a cirurgia cardíaca é alta, variando entre 20% e 50%. No caso relatado o comprometimento que o paciente apresentava, impediu as vias de acesso mais comuns, por isso a via de escolha foi a transventricular. Constatando que a canulação ventricular, mesmo que  pouco abordada na literatura e na prática, constitui uma opção para correção de dissecção de aorta ascendente, com resultado satisfatório e boa evolução clínica como neste caso, demonstrando a alta habilidade e expertise da equipe cirúrgica envolvida.

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