Introdução: A ingestão de água apresenta efeito positivo na recuperação pós-exercício em coronariopatas. Contudo, é necessário avaliar como essa estratégia influencia na resposta aguda de parâmetros facilmente alterados pelo exercício físico, como a pressão arterial (PA). Objetivo: investigar a influência da ingestão de água na PA durante e após o exercício aeróbico em homens com doença arterial coronariana (DAC). Métodos: Foram recrutados 38 homens com DAC e fração de ejeção do ventrículo esquerdo acima de 50%. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa sob CAAE: 54864716.8.0000.5402. O procedimento experimental contou com 3 fases com intervalo de 48 horas entre elas: teste cardiopulmonar de esforço, realizado a fim de estabelecer a intensidade do exercício; protocolo controle (PC) e protocolo hidratação (PH) que foram compostos pelo repouso inicial (10’), aquecimento (15’), exercício aeróbio na esteira ergométrica (40’), desaquecimento (5’) e recuperação passiva (60’) e no PH durante o período de exercício e recuperação, os voluntários ingeriram 8 porções iguais de água mineral a cada 10 minutos. A quantidade de água foi individualizada com base na variação de massa corporal durante o PC. A pressão arterial foi coletada indiretamente nos seguintes períodos: 10º minuto de repouso inicial; 15º e 35º minuto do exercício; e 5º, 10º, 20º, 30º, 40º, 50º e 60º minutos de recuperação. A normalidade dos dados foi avaliada pelo teste de Shapiro-Wilk. Os valores de PA foram analisados por meio da ANOVA two-way para medidas repetidas seguida do teste post hoc de Bonferroni ou Dunnet. A esfericidade foi verificada pelo teste de Mauchly e quando violada foi considerada a correção de Greenhouse-Geisser. A significância estatística foi fixada em 5%. Resultados: Durante o exercício (repouso inicial vs 15’ e 35’) não foi encontrado efeito entre os protocolos (PAS: p=0,94/ PAD: 0,91/ PAM: 0,92) e interação tempo vs protocolo (PAS: p=0,24/ PAD: 0,47/ PAM: 0,37), no entanto, um efeito de tempo foi observado para ambas as medidas (PAS: p=0,00/ PAD: 0,00/ PAM: 0,00). Da mesma forma, a análise do período de recuperação não mostrou efeito entre os protocolos (PAS: p=0,37/ PAD: 0,56/ PAM: 0,45) e interação (PAS: p=0,63/ PAD: 0,67/ PAM: 0,63), entretanto, foi observado um efeito de tempo ( PAS: p=0,00/ PAD: 0,01/ PAM: 0,00). Conclusão: A partir dos resultados, pode-se concluir que o PH atenuou o efeito hipotensor pós exercício em homens com DAC.
