INTRODUÇÃO: As cardiopatias congênitas (CC) são um grupo de anomalias cardíacas embrionárias que alteram o fluxo sanguíneo entre as cavidades e valvas cardíacas. A etiopatogenia das CC ainda é inconclusiva.Tais patologias podem provocar ou não cianose. As cianóticas são representadas pela Tetralogia de Fallot (TF) e, as acianóticas, pela Comunicação Interventricular. A Organização Mundial da Saúde estima que 130 milhões de crianças no mundo tenham alguma CC, representando 1% dos nascimentos e totalizando 1,35 milhão de doentes por ano, no Brasil, entre 2012-20, tem-se um total de 10.213 óbitos por CC. No município de São Paulo (SP), entre 2012-22, as mortes cardiológicas representaram 17,6% dos óbitos, destes, as CC foram responsáveis por 1,14%. Dada a relevância, o objetivo é comparar os óbitos entre as malformações das valvas aórtica e mitral e as malformações dos septos cardíacos, pulmonar e tricúspide.MÉTODOS: Trata-se de um estudoepidemiológico, transversal e retrospectivo. Os dados foram coletados do banco informativo de saúde do DATASUS (TABNET), referente ao período de 2012-22 do município de SP. As variáveis utilizadas no estudo são cor, sexo e faixa etária. RESULTADOS: Foram contabilizados 1.828 óbitos no período e localidade definidos, representando 17,89% dos óbitos por CC no Brasil no mesmo período, tendo como causa as malformações congênitas (MC) já citadas. Em relação ao sexo, homens representam 50,93% e mulheres, 49,07% dos óbitos. A causa mais comum de óbito em ambos são as MC dos septos cardíacos, representando 43,27%. Segundo a variável cor, tem-se que brancos representam 74,67% dos óbitos. Não há dados disponíveis para as etnias amarela e indígena em todo o intervalo de tempo estudado. Por faixa etária, 75,98%dos óbitos por MC ocorreram em indivíduos <1 ano de vida, sendo que a causa mais frequente se dá por MC de Valvas Aórtica e Mitral, representando 46,89% das mortes. No entanto, ao analisar todas as faixas etárias, a causa mais comum de óbito é a MC dos Septos Cardíacos, com 43,30%. Para todas as variáveis analisadas, a Síndrome do Coração Esquerdo Hipoplásico e a TF são as patologias com maior prevalência de causa de óbito, representando, respectivamente, 37,94% e 12,09% das mortes até 1 ano, 29,89% e 14,06% das mortes em brancos,16,02% e 7,54% de óbitos em homens e 14,60% e 5,79% em mulheres.CONCLUSÃO: A prevalência de CC se mostrou maior no sexo masculino e na cor branca. Ademais, por faixa etária, a maioria das CC ocorre em indivíduos <1 ano de vida, representando 69,07% (7.055) das mortes por CC no Brasil e 75,89% em SP.