SOCESP

Tema Livre

TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Impacto do uso de balão intra-aórtico na sobrevida de muito longo prazo em pacientes com infarto agudo do miocárdio com supra do segmento ST

Gabriel Kanhouche, José C. Nicolau, Luiz Sérgio F. de Carvalho, Mauricio Felippi de Sá Marchi, Remo Holanda M. Furtado, Talia Falcão Dalçóquio, Luciano Moreira Baracioli, Fábio Sandoli de Brito Júnior, Alexandre Abizaid, Henrique Barbosa Ribeiro
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução

Apesar de diversos estudos mostrarem ausência de benefício do uso sistemático de balão intra-aórtico (BIA) na melhora de sobrevida em curto prazo de pacientes com infarto agudo do miocárdio com supra do segmento ST (IAMCSST) e choque cardiogênico, seu uso permanece alto nesse contexto com o intuito de melhorar a hemodinâmica. Porém, faltam estudos de muito longo prazo. Nosso objetivo foi avaliar as características e mortalidade de muito longo prazo em IAMCSST, com e sem choque cardiogênico que usaram BIA.

Métodos

Coorte retrospectiva de pacientes admitido espontaneamente ou transferidos para Hospital terciário de referência com IAMCSST entre 2004-2017. Os pacientes foram divididos em 3 grupos: sem choque cardiogênico (CC), com CC e sem BIA; com CC e com BIA, para análise das características basais e preditores independentes de morte por análise multivariada ajustada. A sobrevida de longo prazo foi realizada através das curvas de Kaplan-Meier.

Resultados

1.497 pacientes com IAMCSST incluídos no período, sendo que 1.274 (85,2%) não tiveram CC, 101 (6,7%) com CC e sem BIA e 122 (8,1%) com CC e com BIA. Em relação ao grupo sem CC, os dois grupos com CC (com e sem BIA) eram mais velhos, com maior prevalência de diabetes, insuficiência cardíaca e DPOC (P<0,05). A maioria desses pacientes se apresentavam na admissão com supra em parede anterior, com médias de pressão arterial menores e frequência cardíaca mais elevadas que o grupo sem choque. Na fase intra-hospitalar (IH), nota-se tempo de permanência de internação muito superior no grupo com CC, principalmente aqueles que necessitaram BIA (p<0,001). Esses pacientes que usaram BIA apresentaram mais anemia e insuficiência renal aguda, com mortalidade IH de 48%, já os pacientes com CC e sem BIA 39% e os pacientes sem CC 10%.

Na curva de sobrevida de Kaplan-Meier é possível observar que independente do uso de BIA os dois grupos com CC tiveram expressiva mortalidade intra-hospitalar, que se manteve estável e similar em seguimento mediano de 4 anos (log-rank< 0.001). Na análise multivariada, a presença de CC, tanto em pacientes sem BIA (HR: 3.9[2.7-5.7];p<0.001), quanto naqueles com BIA (HR:3.4[2.5-4.7];p<0.001) se mostrou fator independente de mortalidade, sendo que o uso de BIA não foi fator protetor (p=0.57 interação).

Conclusão

Pacientes com IAMCSST e CC têm um perfil clínico mais grave, sendo sua mortalidade 3,5 vezes maior. O uso de BIA nesse contexto aumentou as taxas de complicações intra-hospitalares, sem benefício de redução de mortalidade intra-hospitalar ou no seguimento de muito longo prazo.

Realização e Secretaria Executiva

SOCESP

Parceria

Innovation Play

Organização Científica

SD Eventos

Agência Web

Inteligência Web
SOCESP

43º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo

08 a 10 de junho de 2023