Introdução: Sabe-se que quanto mais rápida for realizada a reperfusão do músculo cardíaco em casos de infarto agudo do miocárdio (IAM), maiores serão as chances de sobrevida. O retardo do paciente para reconhecer os sintomas e buscar atendimento é um dos principais fatores que influenciam no atraso pré-hospitalar. Programas educativos focados no reconhecimento dos sinais e sintomas de IAM contribuem para melhorar a sobrevida e reduzir eventos recorrentes. Tais programas implicam na necessidade de acompanhamento e, neste sentido, a utilização de instrumentos de avaliação é fundamental para mensurar a eficácia dos programas e prevenir óbitos por IAM. Frente ao exposto, o objetivo deste estudo foi adaptar e validar o Acute Coronary Syndrome (ACS) Response Index para uso no Brasil.
Métodos: Estudo metodológico desenvolvido com indivíduos brasileiros, portadores de doença arterial coronariana, em um hospital universitário do interior do estado de São Paulo. A fase de adaptação cultural percorreu as seguintes etapas: 1. Tradução do instrumento para a língua portuguesa; 2. Obtenção do consenso das versões em português; 3. Avaliação pelo comitê de especialistas; 4. Back translation; 5. Obtenção do consenso das versões em inglês e comparação com a versão original; 6. Avaliação do instrumento pelo autor da versão original; 7. Análise semântica; e 8. Pré-teste (Figura 1). As validades de face e de conteúdo foram avaliadas em conjunto com o processo de adaptação do instrumento pelo comitê de especialistas. A amostra foi composta por nove indivíduos na etapa de análise semântica e por 30 indivíduos na etapa de pré-teste.
Resultados: As modificações sugeridas foram em relação a retirada ou inserção de palavras, ou substituição por sinônimos, visando manter as equivalências e deixar os itens mais claros para o contexto da população-alvo. Os principais resultados podem ser observados no Quadro 1.
Conclusões: Os resultados fornecem evidências de que a versão adaptada para brasileiros do ACS Response Index é um instrumento compreensível, culturalmente adequado e que manteve a validade de face e conteúdo, conforme avaliação obtida pelo comitê de especialistas, assim como a versão original. Análises para avaliar validade de construto e confiabilidade ainda são necessárias.