Introdução: A exposição à fumaça de cigarros pode promover alterações moleculares, celulares e intersticiais que caracterizam a remodelação cardíaca (RC), resultando clinicamente em insuficiência cardíaca. Inibidores de SGLT2 como a empagliflozina (EMPA) vem ganhando espaço no tratamento da insuficiência cardíaca. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar o papel da EMPA na RC induzida pela fumaça de cigarro. Métodos: Foram utilizados 60 ratos wistar machos, com peso de 200-250 gramas, divididos em grupo C (controle) sem tratamento algum; grupo E (empagliflozina) que consumiram o medicamento; grupo F composto por animais expostos à fumaça de cigarro e grupo FE (expostos ao fumo e receberam empagliflozina). As exposições ao fumo ocorriam 4 vezes ao dia. Foram utilizados 10 cigarros para cada exposição, por 60 dias. A administração de EMPA foi na dosagem de 10mg/kg peso corporal na ração, também por 60 dias. Após esse período foram realizadas a medida da pressão arterial, ecocardiograma, dosagens bioquímicas, análise histológica, imunofluorescência e western blot para verificar a expressão da SIRT1, PCGα e PPARα. As análises estatísticas foram realizadas com o programa SigmaPlot (versão 12.0). O nível de significância adotado foi de 5%. Resultados: A disfunção sistólica apresentada pelo ecocardiograma, por meio da porcentagem de encurtamento endocárdico foi significativamente diferente entre os grupos, sendo menor no grupo F em relação aos grupos C e FE (C: 59,8±2,2% vs E: 59,9±2,1% vs F: 52,6±4,7% vs FE: 58,9±3,7%). Quanto à fração de ejeção também houve diferença estatística entre os grupos (C: 0,93±0,01; E: 0,93±0,01; F: 0,89±0,03; FE: 0,93±0,02), sendo também menor no grupo F em comparação com os grupos C e FE. Também foram encontradas diferenças na disfunção diastólica, avaliada pelo tempo de relaxamento isovolumétrico normalizado pela frequência cardíaca (C: 22,6±3,3; E: 24,3±1,8; F: 30,1±5,3; FE: 24,5±2,8), em que o Grupo F teve valores maiores em relação aso grupos C e FE. Não foram encontradas diferenças entre nos índices glicêmicos, dados bioquímicos, expressão proteica ou histologia cardíaca entre os grupos. Conclusão: A empagliflozina atenuou a remodelação cardíaca induzida pelo fumo, porém as vias metabólicas investigadas não participaram desse processo.