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Dissecção Carotídea como acesso vascular para realização de Implante Percutâneo de Válvula Aórtica (TAVI): relato de caso.

MARIANA PINHEIRO XERFAN CORSO, Alexandre de Matos Soeiro, Gustavo de Azevedo Martinhago, Fabio Antonio Gaiotto, Samuel Padovani Steffen, Fernanda Mangione, Jose Armando Mangione
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL, HOSPITAL BENEFICÊNCIA PORTUGUESA - - SP - BRASIL

Introdução: Existem poucos dados na literatura médica acerca da viabilidade e segurança da TAVI realizada através de um acesso arterial carotídeo, dissecado cirurgicamente e precedendo o procedimento de substituição valvar. Relato de Caso: Homem de 64 anos, renal cronico dialitico com falencia de acessos vasculares, apresentou-se no departamento de emergencia de servico externo com dispneia e edema agudo de pulmão. Foi diagnosticado com Sindrome Coronariana Aguda sem supra de ST, com cateterismo cardiaco demonstrando lesão grave da artéria coronária direita (ACD) e estenose valvular aórtica sintomática, sendo submetido a angioplastia percutânea da ACD com sucesso neste primeiro tempo. Um mês depois, este paciente apresentou dispnéia progressiva e severa, sendo então transferido para nosso departamento de cardiologia para ser submetido à TAVI. O ecocardiograma transesofágico mostrou uma área de válvula aórtica (VAo) de 0,7cm², gradiente sistólico VE-Ao máximo e médio de 56 e 35 mmHg, respectivamente, com fração de ejeção do VE de 30%. Ao estudo da angiotomografia de aorta e seus ramos o paciente  apresentou calcificação difusa da aorta, com impossibilidade técnica de cateterização regular de ambas as artérias femorais e subclávias.Optamos por uma abordagem inusitada, através da dissecção cirúrgica da artéria carótida esquerda, por ser o único acesso vascular arterial viável, conforme demonstrado sequencialmente na Figura1. A artéria carótida foi dissecada em sala de hemodinâmica pela equipe da cirurgia cardiovascular e sua realizada cateterização, posteriormente permitindo o estudo e realização da TAVI com sucesso pela equipe da cardiologia intervencionista. Discussão: Recentemente, uma metanálise com 2.082 casos relatou a segurança desse acesso arterial nobre, com taxas de sucesso de 99% e média de alta hospitalar em 7,7 dias. As taxas de complicações foram as seguintes: Acidente Vascular Encefálico pós procedimento;3,9%; necessidade de marca-passo permanente:16%; e sangramento major:7%. Outra fonte conhecida, o French Transcarotid TAVR Registry, relatou que a mortalidade associada ao foi de 7,1 ± 4,1% com acesso carotídeo bem-sucedido obtido em todos os pacientes. Conclusão: Quando um candidato a TAVI apresenta acesso femoral proibitivo, a abordagem carotídea pode ser considerada com segurança, associada a resultados clínicos encorajadores a curto e médio prazo.

 

 

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