Introdução: O aneurisma isolado de artéria ilíaca é considerado raro, com uma incidência aproximada de 1,5%, por vezes associado a aneurisma de aorta abdominal. Estudos de necrópsia evidenciaram uma incidência de 0,03%. Como o aneurisma de aorta abdominal, sua evolução é de crescimento até a ruptura, que pode ser no espaço retroperitoneal da pelve ou, mais raramente, para o reto ou cólon sigmóide. Quando se rompe, apresenta altas taxas de mortalidade, comparáveis às dos aneurismas de aorta rotos. Quanto a topografia deste aneurisma, ele ocorre preferencialmente na artéria ilíaca comum (70 a 90%),com nítido predomínio no sexo masculino; e, menos frequente, em artéria ilíaca interna (10 a 30%). O acometimento da artéria ilíaca externa é raro. A taxa de crescimento foi relatada ser menor em aneurismas menores que 3 cm, com crescimento de aproximadamente 1,1 cm ao ano, em comparação com os maiores que 3 cm que cresceram em média 2,6 cm ao ano, com uma taxa de ruptura de 33 a 50% dos casos. Por apresentar uma menor taxa de complicações e menor taxa de mortalidade, o tratamento endovascular é atualmente considerado de escolha para essa doença, comparado à cirurgia aberta.
Relato de caso: Paciente do sexo masculino, 58 anos, encaminhado ao nosso serviço com diagnóstico ultrassonográfico de aneurisma de artéria ilíaca comum esquerda. Submetido a angiotomografia com confirmação diagnóstica de aneurisma fusiforme isolado de artéria ilíaca comum com diâmetro de 3,6 cm. Submetido a cirurgia de exclusão do saco aneurismático e reimplante da artéria ilíaca externa em aorta abdominal.
Conclusão: Na maioria dos casos os pacientes portadores de aneurismas de artéria ilíaca são assintomáticos, exceto se houver ruptura, portanto, a abordagem cirúrgica endovascular depende do calibre e se há associação com a aorta abdominal. A cirurgia endovascular do aneurisma de artéria ilíaca tem mostrado ser muito eficaz, apresentando menor risco cirúrgico, principalmente pela sua localização na pelve e uma taxa muito inferior de complicações no pós-operatório comparado à cirurgia de reconstrução aberta, porém, se o serviço não dispuser de credenciamento para cirurgia endovascular a cirurgia aberta pode ser considerada como uma boa opção.