Introdução e/ou fundamentos: A Doença Crônica Reumática do Coração (DCRC)é causada por lesões nos músculos cardíacos e válvulas, que surgem a partir da inflamação e/ou cicatrizes resultantes da febre reumática. A febre reumática é desencadeada a partir do tratamento inadequado de uma infecção das mucosas causada por estreptococos beta-hemolíticos do grupo A, que pode atingir as articulações, o coração e o cérebro, deixando sequelas cardíacas graves e podendo levar à morte. Métodos: Estudo ecológico, descritivo, retrospectivo e transversal, realizado utilizando informações do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. As variáveis analisadas foram total de notificações, sexo, raça/cor autodeclarada e região político-administrativa. Resultados: No período foram notificadas 33.079 internações por DCRC no Sistema Único de Saúde, a maioria na região sudeste (39,76%). Cabe destacar o incremento nos registros entre os anos de 2020 e 2022, em todo o país, com destaque para o centro-oeste, que aumentou cerca de 50,23% dos casos. Esse achado pode estar associado à pandemia do COVID-19, que pode ter contribuído para o agravamento de pacientes com essa condição, sobretudo, devido a redução dos atendimentos de saúde. Houve também uma ampliação no valor dos serviços hospitalares, de R$48.000.053,38 a R$64.949.806,57 (35,31%). Observou-se maior frequência de internações de indivíduos do sexo feminino (57,63%). A respeito da cor/raça, houve o predomínio de indivíduos pardos (40,24%). A maioria das internações se concentrou na faixa etária de 50 a 59 anos (23,14%) mas há discrepâncias, como na região norte, em que há muitos hospitalizados de 30 a 39 anos (18,24%), o que pode ser explicado pelos menores índices de desenvolvimento humano. Conclusões: Conclui-se que a análise da morbidade hospitalar por doença crônica reumática do coração, por região, é imprescindível para auxiliar em estratégias de saúde voltadas para o manejo mais adequado de pessoas com essa condição. Ademais, este estudo evidenciou que invidíduos da região centro-oeste, do sexo feminino, pardos, e com faixa etária de 50 a 59 anos, foram os que mais hospitalizaram no período, apontando à importância da implementação de estratégias de diagnóstico precoce, rastreio e tramento mais eficiente.