Introdução: Apesar de sua cronicidade e exigência de cuidado contínuo e longitudinal, as doenças cardiovasculares (DCV) podem ter seu curso alterado mediante identificação e modificação dos fatores de risco. Dessa forma, a atividade física consiste em uma importante estratégia de prevenção e resulta em melhor qualidade de vida entre pessoas com DCV. O objetivo do estudo é avaliar a qualidade de vida e o risco cardiovascular dos participantes que realizam atividades de treinamento funcional em um projeto multicêntrico. Métodos: Trata-se de pesquisa quase experimental, quantitativa. Os participantes do estudo foram adultos cadastrados em projeto de extensão esportivo multicêntrico. A intervenção realizada consistiu em aulas de uma hora de treinamento funcional dividida em três fases: Motivação e aquecimento; Atividade principal; Avaliação e volta à calma. O planejamento e implementação das aulas foi realizado por um educador físico. Os participantes foram acompanhados por um período de seis meses, tendo duas aulas semanais. Os desfechos mensurados foram o risco cardiovascular, por meio do Escore Hearts e a medida da qualidade de vida por meio da ‘Versão Brasileira do Questionário de Qualidade de Vida SF-36’. A análise dos dados ocorreu pelo Software SPSS. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em pesquisa sob parecer nº 5.000.593. Resultados: Foram incluídos 126 participantes e 17 encerraram o período de follow-up. A maioria era do sexo feminino (95,2%), aposentada (43,3%), com média de idade de 59 anos, hipertensa (63,8%). Além do treinamento funcional, 23% relataram praticar caminhada e 23% hidroginástica duas ou mais vezes na semana. O risco cardiovascular mostrou-se baixo em 47,1% dos participantes e moderado em 40,2%. Não houve diferença significativa entre os escores comparados de risco cardiovascular nos diferentes tempos(z=1,468; p=0,129; r b=0,67). Sobre a qualidade de vida, as dimensões capacidade funcional (t(16)=-1,93, p=0,08), estado geral (t(16)=-1,87, p=0,08) e vitalidade (t(16)=3,08, p=0,01) apresentaram diferenças estatisticamente significativas no início e no final da intervenção com tamanhos de efeito médio. Os níveis de capacidade funcional e estado geral foram maiores no pós-teste quando comparado com o pré-teste, enquanto na vitalidade, os escores foram maiores no pré-teste. Conclusões: A realização de treinamento funcional em grupo pode melhorar a qualidade de vida, especialmente nos aspectos de capacidade funcional, estado geral e vitalidade. Estudos com amostras maiores e seguimento prolongado são recomendados.