INTRODUÇÃO: O glifosato (N-(fosfonometil) glicina) é considerado um dos herbicidas mais utilizados, com consumo de 60% no mercado mundial. A via inalatória é a principal via de exposição, principalmente atuante na população ocupacional, onde se realiza a pulverização. Alterações cardíacas são relatadas, entretanto, os mecanismos envolvidos não são elucidados, sendo que o estresse oxidativo pode estar relacionado ao dano celular. OBJETIVOS: analisar o estresse oxidativo cardíaco de ratos submetidos a exposição crônica (via inalatória) ao herbicida glifosato. MÉTODOS: Estudo aprovado pelo comitê de ética em uso de animais (CEUA- 5684), sendo 42 ratos Wistar adultos machos, divididos em três grupos: Grupo controle inalatório - GCI (n=14): expostos à nebulização com solução contendo 10 ml de água destilada, Grupo inalatório de baixa concentração - GIBC (n=14): Expostos a nebulização ao herbicida com 3,71 x 10-3 gramas de ingrediente ativo por hectare (g.i.a/há) e Grupo inalatório de alta concentração - GIAC (n=14): Expostos a nebulização ao herbicida com 9,28 x 10-3 gramas de ingrediente ativo por hectare (g.i.a/ha). Após o período experimental, os ratos foram eutanasiados e o coração foi dissecado e o ventrículo esquerdo submetido a análise do estresse oxidativo. Anova seguido de Tukey foram utilizados para comparações (p <0,05). RESULTADOS: As diferentes doses de exposições inalatórias não demonstraram diferenças significativas no marcador de peroxidação lipídica (substâncias reativas ao Ácido Tiobarbitúrico). As enzimas antioxidantes superóxido dismutase e enzima glutationa reduzida, não se alteraram. Em contrapartida a glutationa S-transferase, apresentou diminuição no grupo de alta concentração em relação ao grupo controle (GCI- 155.50 ± 32.89 nmol/mg vs. GIBC-165.00 ± 26.84 nmol/mg vs GIAC-133.20 ± 47.70 nmol/mg, p=0,02). CONCLUSÃO: A exposição crônica ao glifosato em alta concentração reduziu parcialmente a capacidade antioxidante no tecido cardíaco.