TRATAMENTO COM GALANTAMINA PREVINE AS DISFUNÇÕES CARDIOMETABÓLICAS E AUTONÔMICAS NA PROLE DE GENITORES SUBMETIDOS À SOBRECARGA DE FRUTOSE
MIRANDA, V.H.M.1; PAIXÃO, C.1; Neves, P. P.2, NASCIMENTO-FILHO, A. V. N. 2, DUTRA, M. R. H2.; BERNARDES, N.2; IRIGOYEN, M.C.3; DE ANGELIS, K1,2.
1Departamento de Fisiologia – UNIFESP; 2Laboratório de Fisiologia Translacional – UNINOVE; 3Unidade de Hipertensão – InCor – FMUSP.
Introdução: Estudos têm relatado aumento do consumo exacerbado de alimentos manufaturados, ricos em frutose (FR), e que tem sido associado ao desenvolvimento da síndrome metabólica (SM). Ratos submetidos ao consumo crônico de frutose apresentam disfunções metabólicas, hemodinâmicas e autonômicas. Neste contexto, a Galantamina (GAL), usado no tratamento de Alzheimer, mostrou ser eficaz em atenuar disfunções associadas a SM em estudos clínicos e experimentais. O presente estudo investigou os efeitos do tratamento com GAL sobre os parâmetros cardiometabólicos e autonômicos na prole de genitores submetidos ao consumo crônico de frutose. Método: Para este estudo ratos Wistar (genitores: 2 machos e 3 fêmeas) foram submetidos à sobrecarga de frutose na água de beber (10%) ou ao consumo de água por 60 dias. Na sequência, os ratos foram acasalados e a sobrecarga de frutose para as fêmeas foi mantida até o final da lactação. Ao final da lactação a prole foi separada em 3 grupos: controle (C) (n=4), FR (n=4), FR+GAL (n=4). A GAL (5mg/Kg, Prati) foi administrada via gavagem por 30 dias. A prole foi avaliada e comparada após 30 dias do desmame quanto aos parâmetros cardiometabólicos e autonômicos. Resultados: O grupo FR (vs. C) teve aumento da frequência cardíaca (409 ± 12 vs 357 ± 15 bpm) e da pressão arterial (PA) diastólica (107 ± 6 vs 86 ± 2 mmHg). Já o tratamento com a GAL induziu redução do peso (158 ± 2 g), do tecido adiposo e da frequência cardíaca (358 ± 2 bpm) em relação ao grupo FR, e normalizou a PA diastólica (95 ± 3 mmHg). Com relação a modulação autonômica, o grupo FR+GAL (vs. FR) teve aumento do RMSSD (7,33 ± 0,78 vs 3,55 ±0,42 ms) e da banda de baixa frequência (15,55 ± 2,42 vs 7,63 ± 3,16 ms2) e redução da variância da PA sistólica (12,70 ± 1,51 vs 24,75 ± 4,64 mmHg2) comparado ao FR. O grupo FR (vs. C) também apresentou prejuízo na resposta taquicárdica do barorreflexo ( -3,18±0,2 vs -4,28 ± 0,3 bpm/mmHg), o que não foi observado no grupo FR+GAL (-4,15 ± 0,1 bpm/mmHg). Conclusão: O tratamento com a GAL preveniu alterações cardiometabólicas e autonômicas na prole de genitores submetido ao consumo crônico de frutose.