Introdução: A taquicardiomiopatia é definida por disfunção ventricular esquerda reversível atribuída ao aumento da frequência ventricular, independente da origem da taquicardia, na ausência de outra etiologia mais provável. Apresenta-se geralmente por disfunção biventricular moderada a severa, com dilatação das cavidades e ausência de hipertrofia do ventrículo esquerdo (VE). Fibrilação atrial e Flutter de alta resposta ventricular são as mais comuns, no entanto taquicardias ventriculares (TV) também podem ser responsáveis. Os sintomas se apresentam mais precocemente nos pacientes com frequências cardíacas mais elevadas e são principalmente dispneia NYHA III-IV, palpitações e síncope. O tratamento é baseado na supressão da arritmia com medicações antiarrítmicas e/ou ablação além da terapêutica medicamentosa padrão para insuficiência cardíaca (IC). O diagnóstico é confirmado após a recuperação ou melhora da disfunção ventricular dentro de 1 a 6 meses após a resolução da taquiarritmia.
Métodos: Estudo de série de casos, retrospectivo e observacional.
Resultados: Foram avaliados três pacientes, masculinos, cujas idades eram 19, 23 e 61 anos, todos brancos. A apresentação inicial encontrada foi insuficiência cardíaca inicialmente manejada com betabloqueador, IECA e espironolactona. Disponibilizamos mais dados na tabela 1. Após ablação da TV, os pacientes evoluíram com melhora significativa de classe funcional e incremento da fração de ejeção de VE. O tempo médio de melhora foi de 5 meses e 20 dias após o procedimento e não houve complicações ou mesmo óbitos.
Conclusão: A taquicardia ventricular incessante deve ser lembrada como possibilidade etiológica da disfunção ventricular. A ablação dos focos arritmogênicos pode resultar em recuperação rápida e significativa da disfunção ventricular, mostrando-se uma terapia segura e eficaz.