Introdução: Uma gestão clínica otimizada de pacientes que vivem com obesidade é necessária para melhorar sua saúde. Essa gestao torna-se dificuldada ou mesmo impossível quando os profissionais de saúde portam um viés negativo em relação a essas pessoas. Tem sido bem demonstrado na literatura que o preconceito reduz a promoção de saúde junto a pessoas portadoras de obesidade, acarretando a manutenção e mesmo o aumento do risco cardiometabólico e de outros problemas saúde. A obesidade é geralmente percebida como um problema resultante de escolhas pessoais e assim associada a características pessoais negativas como preguiça, falta de vontade entre outras, alimentando estereótipos negativos sobre as pessoas que vivem com essa condiçao. Os enfermeiros desempenham um papel fundamental no cuidado das pessoas que vivem com obesidade; portanto, identificar os preconceitos potencialmente presente nos enfermeiros é fundamental para identificar as intervenções mais eficazes para revertê-los. Objetivo: Apresentar uma síntese sobre os dados disponíveis sobre as percepções de enfermeiros e estudantes de enfermagem sobre pessoas que vivem com obesidade. Método: Foram analisados os conceitos estudados em associaçao à percepçao da pessoa obesa, as estruturas teóricas orientando os estudos, a distribuiçao geográfica dos dados e o tipo de investigaçao utilizada. Resultados: Os conceitos mais estudados foram principalmente as atitudes e as crenças dos enfermeiros sobre o tema. Poucos estudos são baseados em modelos teóricos o que consiste em uma lacuna, pois a abordagem teórica dota o pesquisador de uma linha coerente que guia tanto a coleta como análise e interpretaçao dos dados. Os estudos se concentram ainda nos EUA e na Noruega e adotam principalmente desenhos exploratórios descritivos (quantitativos e qualitativos) ou de intervenção para reduzir o viés. Conclusão: Os estudos sobre a percepção dos enfermeiros sobre as pessoas vivendo com obesidade são ainda escassos, sendo clara a necessidade de ampliar os estudos em diferentes contextos culturais para obtenção de uma compreensão mais aprofundada do fenômeno. O emprego de modelos teóricos pertientes como a Teoria da Atribuiçao ou ainda Teoria da Compaixão Emancipatória pode ser crítico para aprofundar a compreensão do fenômeno e assim propor intervenções eficazes para a preparação de enfermeiros dotados de competências para uma abordagem mais humanista, equitativa e justa dos pacientes vivendo com obesidade.