Introdução: A hipertensão e o alto consumo de frutose associam-se à progressão de doenças cardiometabólicas e renais por meio de estímulos pró-inflamatórios e pró-oxidantes. O treinamento físico aeróbio (TA) atenua esses prejuízos, mas sua contribuição no tecido renal nesta condição precisa ser elucidada. Objetivo: investigar o efeito do TA sobre pressão arterial, perfil inflamatório e de estresse oxidativo renal em modelo experimental de hipertensão com sobrecarga de frutose. Métodos: Ratos Wistar e SHR (machos), com 30 dias de vida, foram separados em grupos: controle (C), hipertenso (H), hipertenso frutose (HF) e hipertenso frutose treinado (HFT). A frutose (10%) foi dada na água de beber. O grupo HFT seguiu com TA por 8 semanas (40-60% intensidade máxima). Após 60 dias os animais foram submetidos à canulação da artéria carótida para registro da pressão arterial. O tecido renal foi coletado para análises de estresse oxidativo e mediadores inflamatórios. Resultados: O peso corporal foi semelhante entre os grupos. A pressão arterial média foi menor no C comparado aos demais (C: 117±3; H: 162±5; HF: 173±6 e HFT: 180±4 mmHg). No tecido renal: o ânion superóxido foi maior nos grupos H e HF comparados aos grupos C e HFT (C: 13,5±0,4; H: 20,1±2,3; HF: 26,6±1,3 e HFT: 9,8±0,8 nmol/mg prot.); o peróxido de hidrogênio foi maior no grupo HF comparado aos demais (C: 9,8±1,6; H: 9,9±2,1; HF: 18,6±1,3 e HFT: 8,4±1,3 µM/g); a atividade da catalase foi maior no grupo HFT comparado ao HF (C: 3,0±0,5; H: 2,8±0,4; HF: 4,0±0,4 e HFT: 4,7±0,4 nmol/mg prot.); a capacidade antioxidante não enzimática foi menor no grupo H em relação ao C, e maior no grupo HFT comparado aos grupos H e HF (C: 1,4±0,25; H: 0,6±0,05; HF: 0,7±0,04 e HFT: 1,8±0,22 µMFeII/g); a biodisponibilidade de óxido nítrico foi menor nos grupos H e HF comparados ao C, e maior no grupo HFT comparado aos demais (C: 0,8±0,04; H: 0,6±0,03; HF: 0,6±0,02 e HFT: 1,2±0,06 nmol/mg prot,); não houve diferenças entre os grupos no dano oxidativo aos lipídios, contudo a oxidação de proteínas foi maior nos grupos H e HF comparados ao C, e reduziu no grupo HFT comparado ao HF (C: 5,1±0,8; H: 9,6±0,9; HF: 11,5±0,7 e HFT: 6,8±0,9 nmol/mg prot.); não houve diferença em TNF-α entre os grupos, entretanto, o grupo HFT apresentou maior concentração de IL-10 (C: 87±12,6; H: 66±3,4; HF: 73±8,3 e HFT: 180±13,7 pg/mg prot.). Conclusão: O TA preveniu o prejuízo no balanço redox e promoveu perfil anti-inflamatório no tecido renal em modelo que associa consumo de frutose ao longo do desenvolvimento de hipertensão.