Introdução: A rigidez arterial elevada está relacionada a um maior risco de desfechos negativos em pacientes com doença arterial periférica, e por isso, tem sido estudada como um novo indicador para classificação de risco cardiovascular neste grupo de pacientes. Entretanto, os efeitos da revascularização de pacientes com isquemia ameaçadora ao membro sobre os índices de rigidez arterial e parâmetros hemodinâmicos não são conhecidos. Objetivo: Comparar os índices de rigidez arterial e parâmetros hemodinâmicos em pacientes com isquemia crônica ameaçadora ao membro antes e após a revascularização do membro. Método: A rigidez arterial e os parâmetros hemodinâmicos foram avaliados de modo não invasivo utilizando-se um aparelho que gera a onda de pulso aórtica a partir da oscilometria da pressão da artéria braquial de pacientes com CLTI antes e após a revascularização do membro inferior. Resultados: A amostra foi composta por 26 pacientes, sendo 61,5% do sexo feminino, a média de idade de 75,5 anos e tempo médio de seguimento de 47,9 meses. Observou-se redução significativa dos valores de pressão arterial diastólica central (85,7 ± 10,9 [85,3] vs77,5 ± 17,4 [73,7]; p=0,009) e do volume sistólico (73,7 ± 10,8 [71,3] vs 69,8 ± 12,5 [67,7]; p=0,028) da primeira para a segunda medida. Na avaliação basal, apresentaram correlação inversa significativa com índice tornozelo-braço (ITB), o índice de resistência vascular calculado pela relação entre pressão de pulso central e índice de volume sistólico (PPc/IVS, r= -0,458 ; p=0,021), o índice de aumentação (AIx@75, r= -0,886 ; p<0,001) e a velocidade da onda de pulso (VOP, r = -0,417; p=0,034), e relação positiva com o índice de elastância (IVS/PPc, r= 0,453; p=0,020) e o volume sistólico (VS, r= 0,465; p=0,017). Na segunda avaliação, apenas o índice cardíaco apresentou relação inversa significativa com o ITB (r= 0,430; p=0,046). Conclusão: Quanto maior o grau de isquemia do membro medido pelo ITB, maiores são os índices de rigidez arterial (VOP e AIx@75) e a elastância do leito arterial. Após a revascularização, esta correlação deixou de existir, porém observou-se redução significativa da pressão arterial diastólica central e do volume sistólico no período de seguimento.