Introdução: Um fator essencial para o tratamento das doenças crônicas não transmissíveis é o comportamento de adesão medicamentosa. Foi criado na cultura brasileira o Instrumento de Avaliação Global da Adesão Medicamentosa (IAGAM) com o objetivo de auxiliar na avaliação uma medida acurada de adesão. A confiabilidade do IAGAM não foi testada, contudo apresentou validade de construto convergente parcial e valores satisfatórios de sensibilidade e especificidade. Objetivo e métodos: Este estudo teve por objetivos estimar a confiabilidade no que se refere a equivalência da medida, a validade de construto convergente por meio da concordância com a versão brasileira do Brief Medication Questionnaire – BMQ e verificar a sua sensibilidade, especificidade e valores preditivos positivo e negativo, quando aplicado a pacientes em uso de anticoagulante oral (ACO) em seguimento ambulatorial em um hospital universitário de grande porte. A coleta foi realizada por meio de contato telefônico, em dois momentos, com intervalo de 15 dias entre elas. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE: 18846719.0.0000.5404 Parecer no. 3.570.003). Resultados: Foram obtidos dados de caracterização sociodemográfica e clínica e de adesão medicamentosa em 61 pacientes por meio da aplicação da versão brasileira do BMQ e do IAGAM. A análise da confiabilidade intra-observador mostrou concordância de 0,59 entre a média da proporção de doses tomadas em ambas as aplicações do IAGAM. Quanto à validade convergente, obteve-se correlação de moderada magnitude com o escore total do BMQ; constatou-se fraca concordância avaliada pelo coeficiente Kappa. Conclusão: O IAGAM apresentou boa especificidade, porém baixa sensibilidade na identificação dos não aderentes ao ACO