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Síndrome de Takotsubo no contexto de choque séptico-cardiogênico refratário: relato de caso

Riccardi, G. T., Souza, A. G., Colonhesi, A. V., Vallim, A. L. V. A., Murata, M. T. Y., Santos, G. M. B., Mendonça, L. A., Vieira, M. N., Ferreira, M. D. C., Moraes, P. I. M.
UNIFESP - Univers. Federal de São Paulo - São Paulo - SP - BRASIL

INTRODUÇÃO: A Síndrome de Takotsubo ocasiona déficit contrátil transitório e segmentar do ventrículo esquerdo, desencadeada por intenso estresse físico ou emocional, na ausência de coronariopatia obstrutiva. O prognóstico é variável, sendo majoritariamente reversível e a evolução para choque cardiogênico incomum.

RELATO DE CASO: Sexo feminino, 63 anos, hipertensa, diabética, internada devido à sepse de foco cutâneo por erisipela disseminada por tronco. Durante internação, apresentou supradesnivelamento de segmento ST em parede antero-lateral e elevação dos marcadores de necrose miocárdica. Realizada cinecoronoraioangiografia que não evidenciou lesões coronarianas obstrutivas e em ventriculografia visto acinesia medioapical e hipercinesia basal compatível com sindrome de Takotsubo. A paciente evoluiu com piora hemodinâmica e fibrilação atrial de alta resposta ventricular revertida após cardioversão. Necessitou de incremento progressivo de drogas vasoativas devido à choque séptico e cardiogênico. Cateter de Swan-Ganz evidenciou indice cardiaco reduzido de 0,8 L/min/m2, redução de resistência vascular sistêmica, elevação da pressão capilar pulmonar e redução da saturação venosa central. Ecocardiograma confirmou acinesia medio-apical e fração de ejeção (FE) de 25%. Durante a internação, permaneceu com hiperlactatemia, cianose de extremidades e motling, persistindo com o supra-ST. Evoluiu com deterioração clínica progressiva e óbito 48 horas após cateterismo cardíaco.

DISCUSSÃO:  A realização de estratificação invasiva com ventriculografia é importante para confirmação diagnóstica de Takotsubo e exclusão de síndrome coronariana aguda (SCA). O tratamento é feito com base no controle do fator estressor e terapêutica titulada com betabloqueador. A evolução para edema agudo de pulmão e disfunção ventricular ocorre em 17-30% dos casos e a mortalidade hospitalar estimada é de 1%. O caso se destaca por alertar ao diagnóstico precoce, em um cenário de deterioração hemodinâmica em paciente com infecção concomitante tratado em terapia intensiva.

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