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Miocardite eosinofílica por dobutamina: relato de caso

Riccardi, G. T., Mendonça, L. A., Colonhesi, A. V., Nunez, A. M., Moraes, P. I. M.
UNIFESP - Univers. Federal de São Paulo - São Paulo - SP - BRASIL

- INTRODUÇÃO: A miocardite eosinofílica é uma condição clínica rara e subdiagnosticada, porém potencialmente fatal. A hipersensibilidade à dobutamina é implicada como potencial etiologia para o quadro.

- RELATO DE CASO: Sexo masculino, 61 anos, hipertenso, nefropata, portador de Fibrilação Atrial (FA) permanente e de Insuficiência Cardíaca de Fração de Ejeção Reduzida (ICFER) de etiologias valvar (estenose aórtica grave com área valvar de 0,9cm, gradiente sistólico médio de 26mmHg) e isquêmica (infarto do miocárdio em 2010). Histórico de implante prévio prótese biológica aórtica em 2012, com sinais de disfunção desde 2019 e indicação de nova troca valvar. Foi internado com quadro de Insuficiência Cardíaca (IC) descompensada perfil C por FA de alta resposta ventricular e infecção do trato gastrointestinal, com manejo inicial com antibioticoterapia, dobutamina, diureticoterapia e demais medidas para IC. Dois meses antes da internação, paciente apresentava fração de ejeção (FE) de 40% e hipocinesia difusa ao ecocardiograma transtorácico (ECOTT). Durante a internação evoluiu com deterioração clínica progressiva e leucocitose às custas de eosinofilia importante (eosinófilos 5953, 44%) apresentando ao ECOTT queda da FE para 25%. Optado então por suspensão da dobutamina e início de milrinona chegando a resolução do quadro de eosinofilia (eosinófilos 49, 0.6%) e melhora discreta de  FE para 33%, sendo considerada como hipótese a Miocardite Eosinofílica associada à Dobutamina. Após as medidas, o paciente evoluiu com melhora clínica gradativa e em condições de realizar cirurgia de troca valvar aórtica e revascularização do miocárdio na mesma internação. Entretanto, evolui à óbito por complicações no pós-operatório, apresentando no último hemograma leucocitose de 15.250 e zero eosinófilos. 

- DISCUSSÃO: A dobutamina é o agente inotrópico mais utilizado para suporte terapêutico na IC. A descompensação cardíaca associada a eosinofilia periférica no contexto de uso de dobutamina deve levar à suspeita de miocardite eosinofílica. A infusão do inotrópico por longos períodos se correlaciona com eosinofilias mais grave e pior prognóstico. O diagnóstico pode ser confirmado por biópsia endomiocárdica quando possível. Seu reconhecimento precoce é importante para o manejo adequado do caso com a suspensão da droga e a troca por outro agente inotrópico, além de corticoterapia em casos refratários.

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