Introdução: As doenças cardiovasculares (DCV) representam no Brasil a principal causa de morbimortalidade com impacto na qualidade de vida. Em indivíduos com doença renal crônica (DRC), este cenário é ainda mais grave. O excesso de peso principalmente quando associado a dislipidemia, representa um indicador de termogênese, sendo um bom parâmetro de avaliação do risco cardiovascular em pacientes com DRC. Objetivos: Avaliar indicadores clínicos relacionados ao risco cardiovascular relevantes em pacientes com DRC, em seguimento ambulatorial, no município de Ponta Grossa/PR. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo, retrospectivo, aprovado por Comitê de Ética em Pesquisa sob o parecer 3.695.435, realizado no sistema de prontuários eletrônicos GSUS de um hospital público no município de Ponta Grossa/PR, através do acesso às informações clínicas de pacientes com DRC em tratamento conservador no Ambulatório de Nefrologia. O acesso aos prontuários aconteceu nos meses de Dezembro de 2019 a Março de 2020. Resultados: Houve avaliação de 275 prontuários com prevalência do sexo feminino (54,2%) e média de idade de 58 anos. As variáveis clinicas mostraram sobrepeso (38,5%), obesidade (36,7%), HAS (73%), DM (30,9%) e Tabagismo (22,3%) e identificamos que as mulheres acima de 65 anos possuíam indicadores relevantes para a evolução do risco cardiovascular, como colesterol acima de 190mg/dl (62,5%), LDL acima de 130 mg/dl (45%), HDL menor que 40mg/dl (100%) e creatinina acima de 1,2mg/dl (54,9%), comparadas aos homens. Ao avaliarmos o valor da creatinina sérica dos pacientes em tratamento conservador associada às doenças de base que levam a perda progressiva da função renal, como HAS e DM, identificamos valores de creatinina sérica acima de 1,2 mg/dl em homens (83,3%) e mulheres hipertensas (76,6%), e estes valores quando avaliados nos diabéticos mostraram creatinina sérica acima de 1,2 mg/dl tanto em homens (78,4%) quanto mulheres (82,8%). O estadiamento da DRC com base na TFGe identificou os estágio do 2 ao 5 em homens e mulheres em ambas comorbidades. Conclusões: Conclui-se que pacientes com DRC em tratamento conservador apresentam indicadores clínicos que corroboram em um maior risco cardiovascular, associado à faixa etária, IMC, doenças de base e perfil lipídico. O estudo aponta informações relevantes que ajudam a confirmar o grau de risco das DCV a que estão expostos os pacientes renais crônicos em tratamento conservador. Para a enfermagem, o contexto acrescenta os pontos cruciais de foco assistecial junto à equipe interdisciplinar do serviço especializado.
