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Insuficiência cardíaca aguda em paciente em uso de Osimertinibe

ALINE SABRINA HOLANDA TEIXEIRA MORAES, Rodrigo Noronha Campos, Juliana Corrêa de Oliveira Caied, Gabriel Mostaro Fonseca, Bruna Gonçalves gustinelli, Andres Eduardo Larrovere Vasquez, Joao Victor Brum Jorge, João Carlos Domiciano da Silva, Gabriel Antonio da Costa Nunes
HOSPITAL BENEFICÊNCIA PORTUGUESA - - SP - BRASIL

Introdução

O câncer de pulmão não-pequenas células é responsável por 85% a 90% de todos os cânceres primários de pulmão. O osimertinibe é um inibidor irreversível da tirosina quinase do receptor do fator de crescimento epidérmico oral de terceira geração (EGFR-TKI) que mudou significativamente a sobrevida dos pacientes com câncer de pulmão. A cardiotoxicidade relacionada ao osimertinibe, como insuficiência cardíaca, foi relatada como uma incidência extremamente rara. No entanto, pouco se sabe sobre a ocorrência dessa cardiomiopatia nesse perfil de pacientes. No caso relatado demonstramos essa alteração assim como o manejo e evolução.

Apresentação

Paciente de 47 anos, feminino, sem comorbidades, diagnóstico de adenocarcinoma de pulmão metastático com EGFR mutado iniciou tratamento com Osimertinibe. Após 2 anos de tratamento paciente evoluiu com dispnéia importante. Deu entrada no pronto socorro sendo internada para tratamento inicialmente de pneumonia. Realizou ecodopplercardiograma (ECO) que evidenciou fração de ejeção de 16% e hipocinesia difusa. Evoluiu com insuficiência respiratória e choque cardiogênico. Após estabilização do quadro e melhora clínica, paciente realizou Angiotomografia de coronárias que não revelou lesões coronarianas e Ressonância de coração que demonstrou fração de ejeção de 17%, acinesia de toda parede inferior e médio-apical da parede septal e hipocinesia das demais paredes, MAPA T1 de 1038, trombo mural no ventrículo esquerdo e ausência realce tardio. Foi suspenso osimertinibe e iniciado tratamento com sacubitril-valsartana, espironolactona, bisoprolol, dapagliflozina e apixabana. Atualmente, paciente segue acompanhando em ambulatório de cardiologia apresentando-se em classe funcional II e fração de ejeção de 38% ao ECO.

Discussão

Embora a prevalência de insuficiência cardíaca relatada na literatura seja baixa, a cada dia observa-se um aumento nos relatos de casos de pacientes que desenvolvem queda de fração de ejeção e insuficiência cardíaca durante o uso do osimertinibe. Portanto, a conscientização sobre a cardiotoxicidade com risco de vida relacionada ao osimertinibe é crucial. É preciso estar alerta para o potencial de cardiomiopatia como uma das cardiotoxicidades associadas à administração de osimertinibe em pacientes com câncer de pulmão avançado.

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