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Complicações cardíacas e mortalidade em pacientes com COVID-19 internados em unidade de terapia intensiva

Eduesley Santana-Santos, Fabiana Angelo Ferreira, Jussiely C. Oliveira, André S. Barreto, Jadson N.P. Santos, Fernanda Gallotti, Gomes D
Universidade Federal de Sergipe - UFS - Aracaju - SE - Brasil, Grupo Interdisciplinar de Estudos em Cuidados Críticos - GIESCC/UFS - Aracaju - SE - Brasil

Introdução: Os pacientes com o quadro grave da COVID-19 tendem a apresentar complicações cardíacas 15 dias após o início dos sintomas, sendo as mais frequentes miocardite fulminante ou disfunção miocárdica, contribuindo para o aparecimento de arritmias. A lesão miocárdica ocorre em 17% dos pacientes infectados, na forma de miocardite aguda ou como uma lesão secundária devido à baixa demanda de oxigênio levando ao infarto agudo do miocárdio. Objetivo: Avaliar o impacto da COVID-19 nas complicações cardíacas em pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva. Métodos: Foi realizado um estudo do tipo coorte retrospectivo em cinco hospitais no Estado de Sergipe, sendo analisados 180 prontuários de pacientes internados com COVID-19.Os dados foram coletados com o auxílio de um instrumento de coleta e incluiu características clínicas e demográficas; suporte à admissão na UTI e desfechos. O projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Sergipe (UFS), com parecer favorável sob o número 5.144.304, sendo a coleta iniciada apenas após a sua aprovação e o participante incluído no estudo após a anuência com a assinatura do TCLE. A hipótese de aderência das variáveis contínuas à distribuição normal foi testada pelo teste de Shapiro-Wilks. A hipótese de igualdade de medianas independentes foi testada por meio do teste de Mann-Whitney. O nível de significância adotado foi de 5%. Resultados: Os pacientes que desenvolveram complicações cardíacas tinham maior idade (67[57;76] anos vs. 49[49;61] anos, p<0,001), e apresentaram piores resultadosnos níveis de creatinina basal (18,8% vs. 54,1%, p<0,001), cefaleia (27,9% vs.11,4%, p=0,008), hemoglobina (13 [11,1;13,9] vs. 12 [10,5;13,1], p=0,016), plaquetas (241000 [169000;277000] vs. 175000 [119500;218500], p<0,001), D-dímero (592 [247;1064] vs. 2389 [1224;5035], p=0,023),  CPK (96 [53,9;169,2] vs. 248 [132,8;643,4], p=0,025) e ureia 38,8 ([29,5;48,8] vs. 79,5 [46,5;140], p <0,001) no momento da admissão. Observou-se também nesses pacientes que o aumento em cada ponto do SOFA aumentou em 10% o risco para complicações (RR=1,10 IC-95%: 1,07-1,14, p<0,001); cada ponto do SAPS-3 aumento o risco em 2% (RR=1,02 IC-95%: 1,01-1,03, p<0,001) e o aumento de cada ponto no NAS aumenta em 1% o risco (RR=1,01 IC-95%: 1,00-1,02, p=0,002) e a presença de complicações cardíacas aumentou em 62,18 vezes risco de morte nesses pacientes.Conclusão: Os pacientes com o quadro grave da COVID-19 que desenvolvem complicações cardíacas tendem apresentar piores resultados clínicos e maior risco de morte.

 

 

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