Introdução: A medida desacompanhada da pressão arterial em consultório (MDPAC) é capaz de fornecer valores pressóricos inferiores aos comumente obtidos em ambulatório e mais próximas aos obtidos pelas medidas ambulatorial da pressão arterial e residencial da pressão arterial (MRPA). Métodos: Foram incluídos 161 pacientes hipertensos. A MDPAC consistiu em três medidas pressóricas, com intervalo de um minuto entre elas, obtidas pelo equipamento Microlife BP Home ® em ambiente ambulatorial, com o paciente desacompanhado, após repouso físico de cinco minutos (n=161). As médias dessas medidas foram comparadas àquelas aferidas na pré-consulta pela enfermagem, com equipamento automático (n=161); e pelos médicos nas consultas, com técnica auscultatória (n=161). Todas essas medidas foram comparadas às registradas pela MRPA (n=61, realizadas com o equipamento Microlife BP Home ®. Os valores de pressão faltantes (<25%) resultaram de imputação múltipla por cadeia de equações através de regressão linear bayesiana. Os valores pressóricos obtidos por tais métodos foram submetidos aos testes dos postos sinalizados de Wilcoxon, teste de Friedman e Bland-Altman. Resultados: Não houve diferença estatisticamente significativa para valores sistólicos de MDPAC e MRPA; foram encontradas diferenças significativas (p<0,001) para valores sistólicos de MDPAC e médicos, MDPAC e enfermagem. Ademais, pelo teste de Bland-Altman, a MDPAC obteve a melhor concordância com a MRPA (média das diferenças de 0,23 mmHg para a pressão arterial sistólica, com limites de concordância de 95% de -20 a 20 mmHg; e de 2,33 mmHg para a pressão arterial diastólica, com limites de concordância de 95% de - 13.55 a 18,21 mmHg). Conclusão: Na presente amostra a MDPAC foi capaz de obter medidas inferiores às habitualmente aferidas em consultas, eliminando componentes como o efeito do avental branco e erros de técnica humana; e semelhantes às obtidas pelo método de MRPA.
