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Caracterização ecocardiográfica em pacientes com Cardiomiopatia Hipertrófica em uma população brasileira

Georgina del Cisne Jadán Luzuriaga, Juliano Novaes Cardoso, Edmundo Arteaga Fernandez, Viviane Tiemi Hotta, Barbara Maria Ianni, Luciano Nastari , Félix José Alvarez Ramires, Marcelo Luiz Campos Vieira, Fábio Fernandes
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: A cardiomiopatia hipertrófica (CMH) é uma doença fenotipicamente heterogênea caracterizada por hipertrofia miocárdica não explicada por alguma condição sistêmica ou metabólica. No adulto, o diagnóstico está definido pela espessura máxima ≥15 mm em qualquer localização do ventrículo esquerdo e ≥ 13 mm em familiar de primeiro grau  de paciente com diagnóstico de CMH. Um dos exames mais utilizados na avaliação e seguimento é o ecocardiograma transtorácico (ETT), o mesmo fornece informações que permitem caracterizar os pacientes com CMH.

Objetivos: Avaliar as características ecocardiográficas dos pacientes com CMH, grau e localização da hipertrofia e percentual das formas obstrutivas.

Método: O estudo foi unicêntrico, descritivo, de coorte retrospectiva, em centro de referência nacional, especializado em cardiomiopatias, no período de 2003 a 2022. Critérios de inclusão: pacientes com diagnóstico de CMH, ≥ 18 anos de idade e com pelo menos um ETT da instituição. Critérios de exclusão: portadores de próteses valvulares, antecedentes de valvuloplastia mitral, terapia de redução septal ou transplantados cardíacos e presença de outras cardiomiopatias.

Resultados: Foram selecionados um total de 1254 pacientes adultos com diagnóstico de CMH, cuja idade média foi de 54,6 anos (16,5), sendo 52,2% do sexo masculino. A hipertrofia foi assimétrica em 88,6% dos casos (1111/1254) e com localização septal em 85,2% (1068/1254). A média da hipertrofia septal foi 22,2mm (7,8), sendo que 54 pacientes (5,1%) apresentaram septo ≥30 mm. O ecocardiograma também revelou as seguintes médias: diâmetro do átrio esquerdo de 37,7mm (8,6), diâmetro diastólico do VE de 38,6mm (9,3) e sistólico de 23,3mm (7,1) e FEVE de 72% (8,4). A CMH obstrutiva (GVSVE ≥ 30mmHg) foi evidenciada em 30,4% (381/1254) e o SAM estava em 30,4% (377/1254) da população total.

Conclusões: O estudo revelou que nesta coorte de CMH, a maioria dos pacientes apresentaram a forma assimétrica. A hipertrofia localizada na região septal foi a mais frequente. A forma obstrutiva e a presença de SAM foram evidenciadas em 30,4% da população estudada.

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